A Coreia do Norte aceitou hoje negociar com o Sul a volta das visitas das famílias separadas pela guerra na Península Coreana, em mais um sinal da retomada do diálogo entre Seul e Pyongyang. Na semana passada, os dois países concordaram com a reabertura do complexo industrial de Kaesong.

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A informação foi divulgada pelo Comitê de Reunificação norte-coreano, órgão do país comunista responsável pela negociação com Seul. A intenção é fazer uma reunião na próxima sexta em Panmunjon, vila de trégua na zona desmilitarizada que divide as Coreias.

Os encontros entre as famílias reuniam cerca de 22 mil coreanos que tiveram suas famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953) e começaram no ano 2000. A iniciativa foi interrompida unilateralmente pelos norte-coreanos em 2010.

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A intenção de Pyongyang é promover o encontro na região turística do monte Kumgang, que era operada de forma conjunta entre os dois países. O país comunista também deseja a volta dos passeios de turistas à região, suspensos em 2008 quando uma mulher sul-coreana foi morta por um soldado norte-coreano.Segundo analistas, a abertura norte-coreana às iniciativas de unificação é uma forma de aumentar a fonte de renda de Pyongyang, afetada pelo fechamento do complexo industrial de Kaesong e o aumento das sanções da ONU em março.

As 123 fábricas que fazem parte da área industrial forneceram US$ 480 milhões (R$ 1,09 bilhão) à Coreia do Norte no ano passado e foram fechadas há quatro meses, em meio à tensão causada pelas medidas contra o lançamento de um foguete em dezembro e um teste nuclear em fevereiro.

Exercícios

As reuniões para a retomada das relações acontecem em meio a uma nova série de exercícios militares entre Estados Unidos e Coreia do Sul, que começam amanhã. A última atividade conjunta entre os dois países foi um dos motivos da tensão com Pyongyang em março.

Os exercícios durarão 12 dias e terão a participação de 50 mil soldados sul-coreanos e 30 mil americanos, com o intuito de avaliar a capacidade dos dois Exércitos de garantir a segurança na Península Coreana. A Coreia do Norte ainda não comentou sobre a atividade.

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