Pyongyang - A Coréia do Norte cumpriu o compromisso de retomar a desativação de seu complexo nuclear e deu continuidade ao desligamento da usina Yongbyon, confirmou ontem o governo dos Estados Unidos.
No domingo, o governo norte-coreano declarou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que retomaria o processo de desnuclearização depois que os EUA retiraram o país da lista de nações que patrocinam o terrorismo.
Ontem, o porta-voz do Departamento de Estado americano Sean McCormack informou que todos os selos e os equipamentos de segurança foram reinstalados e que já foram removidas 60% das barras de plutônio do reator, material que poderia ser usado na produção de bombas nucleares.
Na terça-feira, a Coréia do Norte liberou a presença de inspetores das Nações Unidas em suas instalações nucleares. Um diplomata que atua em Viena familiarizado com o trabalho da AIEA afirmou que uma equipe de três inspetores trabalha no país desde a terça-feira.
"Há ainda trabalho a ser feito", apontou o funcionário. Os Estados Unidos e outras nações oferecem um pacote de incentivo para que Pyongyang renuncie a suas pretensões nucleares.
Participam das negociações pelo fim do programa nuclear norte-coreano, além de EUA e da própria Coréia do Norte, o Japão, a China, a Coréia do Sul e a Rússia. As conversas pelo fim do programa nuclear do país tem sido marcadas por impasses e idas e vindas.
A confirmação da desativação de Yongbyon representa uma vitória para os EUA, que tentava há ao menos dois anos convencer o regime comunista a abandonar a possibilidade de processar o enriquecimento de urânio, matéria-prima para fabricação de bombas atômicas.
Histórico
Em 2006, o governo norte-coreano havia interrompido o processo de desmantelamento de seu programa nuclear, pactuado um ano antes entre seis países Japão, Rússia, China, Estados Unidos, Coréia do Norte e Coréia do Sul. Na ocasião, Pyongyang concordou em abandonar todos os seus programas nucleares em troca de benefícios econômicos e diplomáticos. O acordo, no entanto, ficou paralisado com a relutância da Coréia do Norte em aceitar um mecanismo que permitisse aos Estados Unidos e outros membros na negociação fazer a verificação do processo de desnuclearização.
O país havia retomado as atividades nucleares em reação à demora dos EUA em retirar o país da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, o que Washington só queria realizar depois de ter certeza da desnuclearização norte-coreana.