A ditadura da Coreia do Norte incluiu o desenvolvimento e uso de armas nucleares na sua Constituição por meio de uma emenda aprovada de forma “unânime” no Legislativo do país, informou a agência estatal KCNA nesta quinta-feira (28, horário local).
Segundo a agência, o Parlamento norte-coreano, uma mera simulação de democracia subserviente ao ditador Kim Jong-un, modificou o documento com novos trechos “para garantir o direito do país à existência e ao desenvolvimento, dissuadir guerras e proteger a paz regional e global através do rápido desenvolvimento de armas nucleares para um nível superior”.
Em discurso no Parlamento, Kim afirmou que a emenda constitucional “é o passo crucial mais justo e razoável, que satisfaz plenamente não só as necessidades urgentes da era atual, mas também a legalidade e os requisitos a longo prazo para a construção de um país socialista”.
“É um fato reconhecido pelo mundo que a República Popular Democrática da Coreia teve inevitavelmente acesso a armas nucleares para autodefesa e desenvolveu a sua política de enfatizar a força nuclear numa lei, pois está em confronto prolongado com os Estados Unidos, o maior Estado nuclear e o Estado de guerra mais perigoso do mundo, e suas forças vassalas”, disse o ditador.
No ano passado, a Coreia do Norte já havia estabelecido em lei o “direito” de usar ataques nucleares preventivos para autodefesa.
Este mês, Kim fez uma viagem à Rússia, onde se encontrou com o presidente Vladimir Putin. Especula-se que o líder russo negociou com o ditador norte-coreano a venda de munições de artilharia e mísseis antitanque à Rússia, enquanto Pyongyang buscava tecnologia avançada para a fabricação de satélites e submarinos com propulsão nuclear, bem como para a produção de petróleo e assistência alimentar. Entretanto, eventuais acordos não tiveram seu teor divulgado.