Em uma atitude rara, a Coreia do Norte confirmou neste domingo (18), publicamente, o colapso de um prédio de apartamentos em Pyongyang, no qual, segundo acreditam funcionários em Seul, podem ter morrido centenas de pessoas.

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O serviço de notícias estatal do país disse que o acidente aconteceu em 13 de maio, deixando vítimas, mas não especificou quantas pessoas foram feridas ou mortas. Um funcionário do governo sul-coreano disse que o prédio havia sido construído recentemente, tinha 23 andares e abrigava cerca de 100 famílias.

A Coreia do Norte informou que uma operação de resgate terminou no sábado. Segundo a declaração, o ditador Kim Jong passou a noite em claro "preocupado" com o acidente e oficiais de alto escalão se reuniram com familiares das vítimas para pedir desculpas.

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Fotografias divulgadas pelo governo mostram um oficial norte-coreano se curvando a uma multidão de pessoas. O relato foi publicado no principal jornal da Coreia do Norte.

É muito raro a Coreia do Norte admitir publicamente alguma notícia que retrate o país de forma negativa. A declaração e aparições públicas de oficiais para se desculpar provavelmente representam um esforço para controlar uma situação que vai se tornar amplamente conhecida através de boca-a-boca no país. O aumento do uso de telefones celulares na Coreia do Norte nos últimos anos vem dificultando que o Estado contenha a propagação de informações.

O colapso deste edifício, na capital Pyongyang, é um golpe para a imagem de progresso econômico que a Coreia do Norte se esforça em apresentar. Desde que Kim Jong Un chegou ao poder, há pouco mais de dois anos, o país acelerou o ritmo de projetos de construção civil.

Ainda não está claro o que causou o colapso do prédio, mas, segundo a declaração feita pelo governo, o chefe das forças de segurança interna confessou que o prédio tinha sido construído de "forma descuidada". A Coreia do Norte usa frequentemente soldados em projetos de construção e pressiona gestores para que concluam o trabalho antes do prazo previsto, para fins de propaganda.

Em contraste ao noticiário quase exclusivamente positivo sobre a Coreia do Norte, a mídia estatal do país relata rotineiramente fatos negativos sobre a vizinha Coreia do Sul. Segundo analistas a estratégia é de reforçar o apoio ao regime e diminuir a consciência crescente de que as pessoas no Sul estão em melhor situação. Pyongyang tem, por exemplo, publicado vários artigos nas últimas semanas sobre o naufrágio de uma balsa na Coreia do Sul, que matou mais de 300 pessoas.

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