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Tensão

Coreia do Norte alerta para risco de guerra na península

Kim Jong-Il examina outdoor com fotos de prédios recém-construídos na capital norte-coreana. O líder comunista teria autorizado ataque contra ilha sul-coreana, na terça-feira | KCNA/AFP
Kim Jong-Il examina outdoor com fotos de prédios recém-construídos na capital norte-coreana. O líder comunista teria autorizado ataque contra ilha sul-coreana, na terça-feira (Foto: KCNA/AFP)
Moradores da ilha de Yeonpyeong dormem em abrigo antiaéreo |

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Moradores da ilha de Yeonpyeong dormem em abrigo antiaéreo

Seul - A Coreia do Norte realizou on­­tem um treino de artilharia, que pôde ser ouvido na ilha sul-coreana de Yeonpyeong, atingida pe­­lo vizinho na terça-feira. Pyong­­yang advertiu que os exercícios militares navais anunciados pela Coreia do Sul e os Estados Unidos aumentam o risco de uma guerra na região. Os treinos militares dos dois aliados começarão no domingo, no Mar Amarelo.

A agência estatal norte-coreana criticou os "imperialistas" nor­­te-americanos e o governo "fantoche" da Coreia do Sul pelos exer­­cícios militares. "A situação na Pe­­nínsula Coreana está chegando mais perto de estar à beira de uma guerra, por causa do irresponsável plano" dos exercícios militares, acusou o regime norte-coreano através da agência.

Não está claro, porém, se Py­­ong­­yang pode tomar alguma me­­dida para atrapalhar o treinamento.

Os militares dos EUA afirmam que o exercício é defensivo e estava planejado bem antes do ataque norte-coreano. Pyongyang afirmou que atacou na terça-feira após ter sido provocada por dis­­paros de Seul, durante um exercício militar. O governo sul-coreano confirmou o exercício na ter­­ça-feira, mas negou que tivesse havido disparos em águas norte-coreanas.

Disparos

O som distante de disparos do la­­do norte-coreano, ontem, fez com que os moradores de Yeon­­pyeong corressem ontem para abrigos antiaéreos. A Coreia do Sul informou que aparentemente tratava-se de um exercício e que não houve disparos em seu território.

O principal comandante dos EUA na Coreia do Sul, general Walter Sharp, visitou Yeon­­py­­eong durante o breve pânico provocado pelo som distante dos disparos norte-coreanos. Ele afirmou que o ataque da terça-feira, que matou dois civis e dois militares e feriu 18 pessoas, foi uma violação ao armistício vigente desde a Guerra da Coreia (1950-53). Os EUA mantém cerca de 28 mil soldados em guarnições permanentes na Coreia do Sul, para proteção do seu aliado, segundo Washington.

"Nós vamos investigar completamente o que aconteceu no Comando das Nações Unidas e instaremos a Coreia do Norte a não escalar as suas ações", afirmou Sharp no local.

O ataque da terça-feira foi também o primeiro a atingir áreas civis na Coreia do Sul desde a guerra. A resposta sul-coreana ao ataque também foi alvo de críticas, o que levou o ministro da De­­fesa, Kim Tae-young, a renunciar na quinta-feira. O substituto dele será assessor de segurança nacional da Coreia do Sul, Lee Hee-won, que foi anunciado on­­tem.

China condena ação militar

O governo da China afirmou ontem que é contrário a qualquer atividade militar na zo­­na econômica exclusiva do país sem sua permissão, in­­for­­mou um porta-voz do Mi­­nistério das Relações Exterio­­res, Hong Lei.

Os comentários foram uma referência ao anúncio de Es­­tados Unidos e Coreia do Sul de um exercício militar conjunto no Mar Amarelo, a oeste da Pe­­nínsula Coreana, inclusive com a participação do porta-aviões USS George Washing­­ton.

O exercício deve começar amanhã e foi anunciado após uma troca de disparos de artilharia entre a Coreia do Norte e Seul na terça-feira. Os governos dos EUA e da Coreia do Sul, porém, afirmam que a atividade já estava marcada anteriormente.

Os comentários do porta-voz chinês são mais duros que os feitos pelo funcionário na quinta-feira, quando ele disse que a China estava preocupada com as informações sobre exercícios mi­­litares. Pequim não disse, po­­rém, que tomará alguma medida específica diante dos exercícios.

No comunicado divulgado no site da chancelaria, Hong também reiterou os pedidos chineses para que todas as partes envolvidas mantenham a calma e au­­men­­tem seus esforços para abrandar a "séria situação", a fim de ga­­rantir a paz e a estabilidade na Península Coreana.

A China é o único aliado importante da Coreia do Nor­­te, e tem pedido calma a todos os lados envolvidos para evitar mais violência. Seul afirma que Pyongyang atacou pri­­mei­­ro, na terça-feira, ma­­tan­­do dois militares e dois civis sul-coreanos. Já o governo nor­­te-coreano alega que apenas reagiu a uma provocação do vizinho, que teria disparado em águas territoriais norte-coreanas du­­rante um exercício militar.

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