A tensão entre as Coreias voltou a escalar nesta sexta-feira (11), quando a Coreia do Norte acusou a Coreia do Sul de enviar drones para sobrevoar sua capital, Pyongyang, com supostos folhetos de propaganda contra o regime de Kim Jong-un. O regime norte-coreano prometeu uma resposta com "todos os meios de ataque" caso incidentes semelhantes “voltem a ocorrer”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do regime de Kim, drones sul-coreanos teriam sido detectados no espaço aéreo de Pyongyang em três datas recentes: no último dia 3 de outubro, e nas noites de quarta (9) e quinta-feira (10) desta semana. A declaração oficial do regime norte-coreano condenou o que chamou de uma violação de sua "sagrada soberania" e alertou que está pronto para agir sem aviso prévio.
"A trava de segurança do nosso gatilho foi liberada. Estaremos preparados para tudo e estaremos observando. Os criminosos não devem mais brincar com a vida de seus cidadãos", disse o regime de Kim em um comunicado divulgado pela mídia estatal.
Por outro lado, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul respondeu à acusação afirmando que não poderia "confirmar a veracidade das alegações da Coreia do Norte". Em um comunicado, as forças armadas sul-coreanas reiteraram que toda a responsabilidade por possíveis novos incidentes recairá sobre o Norte.
"Pedimos veementemente que a Coreia do Norte se abstenha de ações precipitadas e exerça autocontrole. Se ameaçar de qualquer maneira a segurança do nosso povo, nossas forças militares responderão com firmeza e de forma resoluta", afirmou o governo sul-coreano.
As relações entre as duas Coreias, que tecnicamente ainda estão em guerra desde o armistício de 1953, vêm se deteriorando nos últimos meses. Desde maio, o regime norte-coreano iniciou uma campanha inusitada ao enviar balões carregados com fezes, lixos e panfletos de propaganda para o território sul-coreano. A ação foi criticada por Seul, que a classificou como uma provocação "vergonhosa e desprezível".
Nesta quarta-feira, a Coreia do Norte anunciou que bloquearia permanentemente sua fronteira terrestre com a Coreia do Sul e construiria estruturas de defesa ao longo da linha de frente. O regime chamou essas medidas de "um passo defensivo para impedir a guerra e defender a segurança do país", argumentando que seus rivais estão cada vez mais "descontrolados" em sua "histeria confrontacional", em referência às manobras militares que a Coreia do Sul vem realizando com os Estados Unidos.