Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, citado pela agência de notícias norte-coreana KCNA, afirmou que seu país vai entrar em guerra se sofrer sanções econômicas. As sanções estão sendo discutidas no Conselho de Segurança da ONU desde que, na segunda-feira, a ditadura comunista de Kim Jong-il anunciou ter realizado um teste nuclear.

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- A Coréia do Norte está preparada tanto para o diálogo como para a confrontação. Se os EUA continuarem aumentando a pressão, vamos considerar isto como uma declaração de guerra e conseqüentemente vamos tomar medidas físicas. Quanto maior for a pressão, mais elevado será nosso nível de resposta - disse o porta-voz.

Perguntado a respeito de um eventual segundo teste nuclear norte-coreano, mencionado nesta quarta-feira pela imprensa japonesa, mas desmentido posteriormente, a autoridade disse não ter informação alguma a respeito.

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- De qualquer maneira, não temos razão para dissimular um novo teste nuclear - disse. No entanto, afirmou, um hipotético segundo ensaio imporia discernimento político e diplomático.

Reação

Os cincos membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia), além do Japão, discutem desde terça-feira em Nova York a resposta a ser dada pelo Conselho ao teste nuclear norte-coreano. A base destas negociações são as propostas americana e japonesa e as possíveis sanções econômicas e comerciais.

O Japão, paralelamente, vai aprofundar o pacote de sanções unilaterais , segundo anúncio divulgado pela mídia japonesa nesta quarta-feira.

O regime de Pyongyang afirmou que esse ensaio nuclear é a resposta à pressão dos Estados Unidos, mas destacou a vontade da Coréia do Norte de voltar ao diálogo se os EUA mudarem sua política de hostilidade em relação ao regime comunista.

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Pyongyang avisou nesta quarta-feria que a realização de novos testes nucleares, após o de segunda-feira, dependerá do tratamento recebido por parte dos Estados Unidos. Em declarações à agência de notícias japonesa Kyodo, o segundo homem na hierarquia do regime norte-coreano, Kim Yong-Nam, acrescentou que a volta da Coréia do Norte ao diálogo multilateral sobre seus programas nucleares depende também da atitude dos EUA.

Teste ou blefe?

Analistas de inteligência dos Estados Unidos confirmaram que a Coréia do Norte detonou na segunda-feira um artefato nuclear, mas ainda não sabem explicar porque a explosão foi fraca, revelou um funcionário americano. O funcionário, que pediu para não ser identificado, disse que o governo do presidente George W. Bush assume que o teste realizado pela Coréia do Norte foi nuclear, com base na informação sismográfica.

A fonte admitiu que faltam os detalhes sobre o que ocorreu.

- Este é um desafio para os analistas neste momento. As conclusões firmes sobre o que aconteceu exatamente ainda não foram obtidas. Um teste que não funcionou como estava previsto é certamente uma das hipóteses para explicar a debilidade da explosão - revelou o funcionário.

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A ministra de Defesa da França, Michèle Alliot-Marie, nesta quarta-feira colocou em dúvida a autenticidade do teste atômico anunciada pela Coréia do Norte de segunda-feira, afirmando que, se houve uma explosão nuclear, fracassou.

- Dada a débil potência, é difícil dizer se o que aconteceu foi uma forma de explosão a partir de explosivos clássicos muito potentes ou efetivamente de uma explosão nuclear. Se foi nuclear, fracassou - disse Alliot-Marie à rádio "Europe 1".

A ministra disse que, de qualquer forma, os fatos são graves e vão contra todas as disposições das instituições internacionais sobre a proliferação de armas nucleares.

Alliot-Marie defendeu impor sanções, mas ressaltou que para começar elas devem ser econômicas.

- Têm que ser juridicamente obrigatórias. Caso contrário, outros países, como o Irã, poderiam seguir o exemplo da Coréia do Norte - afirmou.

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- A proliferação de armas nucleares é um verdadeiro problema para a estabilidade do planeta e a paz. É preciso agir de forma variada, diplomática, mas agir - acrescentou.

O governo do Japão decidiu nesta quarta-feira impor sanções econômicas unilaterais à Coréia do Norte devido ao teste nuclear de segunda-feira.

As medidas adotadas, que se somam às sanções impostas após o lançamento de mísseis em julho passado, incluem a proibição de entrada em portos japoneses para qualquer navio norte-coreano.