O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, anunciou nesta sexta-feira (22) que o país pode testar uma bomba de hidrogênio de escala sem precedentes sobre o Oceano Pacífico. A declaração foi feita dias depois do presidente americano Donald Trump dizer que destruirá a Coreia do Norte caso não tenha outra escolha, em discurso na Assembleia das Nações Unidas.
Desta vez, Pyongyang ameaça explodir o artefato fora de seu território. O teste seria considerado uma grande provocação por Washington e seus aliados, uma vez que todas as seis explosões nucleares em exercícios da Coreia do Norte desde 2006 aconteceram em território norte-coreano.
Após a declaração, Trump disse que Kim é "obviamente um louco".
"Kim Jong Un, que não se importa em matar ou deixar sua população morrer de fome, será testado como nunca antes", publicou o presidente dos EUA no Twitter.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, afirmou que Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, "está sendo testado" pelas sanções mais fortes já impostas pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional.
Tillerson não disse qual seria a resposta norte-americana, caso o regime de Pyongyang testasse uma bomba de hidrogênio no Oceano Pacífico. Segundo o secretário de Estado, dependeria da decisão do presidente, Donald Trump, mas acrescentou que todas as opções militares estão sobre a mesa.
Teste
No dia 3 de setembro, a Coreia do Norte realizou o seu teste mais potente até hoje com o que seria uma bomba de hidrogênio. A potência estimada da explosão foi de 250 quilotons, ou seja, 16 vezes a força da bomba atômica que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945.
Em tentativa de sufocar ainda mais o regime norte-coreano, Trump e a União Europeia anunciaram nesta quinta (21) mais sanções contra Pyongyang. A medida amplia a retaliação a pessoas, empresas e entidades que mantiverem transações com o país comunista.
Preocupação
O ministro da Defesa japonês, Itsunori Onodera, disse que um teste norte-coreano no Pacífico pode representar novo míssil que sobrevoe o Japão.
Onodera disse que a Coreia do Norte tem a capacidade de realizar teste de bomba de hidrogênio em um míssil de médio alcance ou em um míssil balístico intercontinental, citando dados sobre o desenvolvimento de armas nucleares norte-coreanas.
Nos últimos meses, o regime norte-coreano disparou dois mísseis que sobrevoaram o Japão, aumentando a tensão entre os dois países.
Em meio a troca de ameaças entre EUA e Coreia do Norte, a China disse nesta sexta que a situação na península coreana é "complicada e sensível" e pediu moderação aos dois lados.
"Todas as partes relevantes devem exercer a moderação em vez de se provocarem", disse o ministro de Relações Exteriores chinês, Lu Kang. "Acreditamos que somente se as partes encontrarem um meio termo poderão realmente resolver a questão da península coreana e estabelecerem a paz e estabilidade".
A China já sugeriu que Pyongyang interrompa suas atividades nucleares e que os EUA, em troca, suspenda seus exercícios militares na região.
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