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Tanques sul-coreanos durante exercício militar em local próximo à fronteira com o norte | Reuters
Tanques sul-coreanos durante exercício militar em local próximo à fronteira com o norte| Foto: Reuters

A Coreia do Norte afirmou, nesta terça-feira, que está rompendo todas as suas relações com a Coreia do Sul, afirmou a agência estatal KCNA. Segundo relato da agência, serão também cortados todos os laços bilaterais de comunicação.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, ordenou que o Exército do seu país, de 1,2 milhão de soldados, esteja pronto para combate, segundo a agência de notícias Yonhap. Um grupo de observadores chamado Solidariedade de Intelectuais da Coreia do Norte disse que fontes informaram que as ordens de Kim foram anunciadas na semana passada em um discurso transmitido pela televisão.

Pyongyang afirmou que expulsará todo o pessoal sul-coreano de um projeto industrial conjunto, em Kaesong, na parte norte-coreana da fronteira. Além disso, a Coreia do Norte afirmou que pretende banir os navios sul-coreanos de seu espaço marítimo e os aviões desse país de seu espaço aéreo.

Os vizinhos vivem uma fase tensa, após uma comissão investigativa concluir que a Coreia do Norte foi culpada pelo naufrágio do navio militar sul-coreano Cheonan, ocorrido em março. Pyongyang nega ter responsabilidade por esse ataque, no qual foram mortos 46 marinheiros. Nesta terça-feira, o governo norte-coreano acusou o vizinho do Sul de ter ultrapassado suas fronteiras marítimas e ameaçou responder com uma ação militar.

O Comitê do Norte chamou as medidas de "a primeira fase" das punições contra a Coreia do Sul, sugerindo mais ações poderão ser tomadas.

O ministro da Unificação da Coreia do Sul disse não ter nenhum comentário imediato a fazer sobre a questão. Contudo, a porta-voz do ministério, Lee Jong-joo, notou que o comunicado se refere à expulsão de apenas oito funcionários sul-coreanos que estão no complexo de Kaesong, não aos 800 trabalhadores e gerentes de empresas sul-coreanas que estão lá.

O naufrágio do Cheonan foi um dos piores desastres militares na Península Coreana desde que a Guerra da Coreia de 1950-1953 acabou em armistício. O Norte nega qualquer envolvimento no naufrágio do Cheonan.

Uma equipe de investigadores internacionais, contudo, concluiu na semana passada que foi um torpedo disparado por um submarino norte-coreano que afundou o Cheonan.

A Coreia do Norte já foi submetida a várias sanções apoiadas pelas Nações Unidas, após ter testado mísseis e duas bombas atômicas.

Os Estados Unidos mostraram apoio total às medidas da Coreia do Sul e anunciaram manobras militares conjuntas com as forças armadas sul-coreanas. O objetivo é deter uma possível agressão militar da Coreia do Norte, disse a Casa Branca. OS EUA têm atualmente 28.500 soldados em guarnições na Coreia do Sul.

A Coreia do Sul também quer levar a Coreia do Norte ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, por causa do naufrágio do navio. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse esperar que o Conselho tome medidas contra a Coreia do Norte, mas a China, membro permanente e com poder de veto, além de aliada da Coreia do Norte, tem feito pouco, além de pedir calma a ambas as partes.

Reação internacional

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, pediu nesta terça-feira calma para que se evite uma escalada da crise entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, informou o Kremlin. Já a China afirmou que estava pronta para trabalhar com os Estados Unidos para resolver a crise bilateral.

"Nós estamos prontos para trabalhar com os EUA e outras partes e continuar a ficar em contato próximo sobre a situação na península coreana", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Cui Tiankai, a repórteres. A declaração é dada após dois dias de encontros entre graduados funcionários norte-americanos e chineses, em Pequim.

O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, anunciou na segunda-feira o congelamento do comércio com a Coreia do Norte, em retaliação ao naufrágio do navio. Nesta terça-feira, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou a resposta "prudente" do líder sul-coreano à crise.

Em comunicado, Hillary disse que EUA e China compartilham o objetivo de manter "a paz e a estabilidade na península coreana" Um porta-voz da chancelaria chinesa disse que "o diálogo é melhor que a confrontação" para resolver as divergências bilaterais.

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