O governo da Coreia do Norte culpou nesta quinta-feira (18) as autoridades sul-coreanas pelo fracasso na quarta reunião bilateral para reabrir o complexo industrial de Kaesong, realizada na quarta-feira (17), e acusou os representantes do país vizinho de "falta de sinceridade" perante as negociações.
"As conversas foram finalizadas sem frutos pelas afirmações infundadas e pela falta de sinceridade da Coreia Sul, apesar dos sinceros esforços do Norte", expressou o regime de Kim Jong-un através de um comunicado publicado pela agência estatal "KCNA".
Depois que as três últimas reuniões realizadas neste mesmo mês terminassem sem nenhuma resolução concreta, delegados das duas Coreias voltaram a se reunir ontem para alcançar um acordo em torno da reabertura do complexo industrial de Kaesong, a qual também foi encerrada sem resolução. Por conta deste fato, uma nova reunião deverá ser realizada na próxima segunda-feira (22).
A Coreia do Norte atribuiu o fracasso das reuniões ao fato da Coreia do Sul ter "mostrado uma atitude desonesta e hipócrita", o que, segundo o regime de Kim Jong-un, "criou obstáculos artificiais para solucionar os problemas, já que insistem na culpabilidade (do Norte) sobre a crise na região e nas garantias unilaterais contra a reincidência".
"Os Sul-coreanos foram ao diálogo sem um projeto de acordo", avaliou a agência norte-coreana, que ressaltou que as autoridades de Seul "pretendia apenas desenvolver conversas e prolongá-las", sem a real intenção de alcançar pontos em comum.
Na reunião de ontem, a Coreia do Sul colocou ao Norte três exigências: a aplicação de medidas de salvaguarda para prevenir um novo fechamento unilateral, a criação de um marco institucional para proteger às empresas e internacionalização do complexo, segundo o Ministério da Unificação de Seul.
O governo sul-coreano, por outro lado, mantém que o regime de Kim Jong-un Norte se limitou, assim como nas reuniões anteriores, a exigir a reabertura do parque industrial o mais rápido possível.
Deste modo, as respectivas posturas de ambas as partes seguem invariáveis e, por isso, a incerteza prevalece sobre a possível reabertura de Kaesong a curto ou a médio prazo.
No último dia 9 de abril, em plena etapa de tensão, a Coreia do Norte decidiu retirar seus 53 mil operários que trabalhavam no local, os quais eram funcionários de 123 empresas do Sul no complexo de Kaesong, até então o único projeto conjunto vigente entre as duas Coreias.