Manifestantes em Seul protestam contra o lançamento do foguete norte-coreano. Eles queimam fotos do líder Kim Jong-il e réplicas de foguetes| Foto: Lee Jae-Won/ Reuters

Obama evoca "dever moral" contra armas nucleares

No discurso em que criticou o lançamento do foguete pela Coreia do Norte, o presidente americano, Barack Obama, afirmou ontem em Praga, na República Tcheca, ser "responsabilidade moral’’ dos EUA liderar os esforços para criar um mundo sem armas nucleares.

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O governo da Coreia do Norte cumpriu neste domingo sua promessa de lançar um foguete de longo alcance carregando um satélite civil de comunicação, o que colocou Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão em alerta – os três países afirmam que o foguete mascarava um teste para o lançamento de um poderoso míssil nuclear.

Na tarde de ontem, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma reunião de emergência sobre o assunto, a pedido dos EUA e do Japão. Para garantir que uma punição fosse aprovada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, passou a manhã de domingo em contato com chanceleres do Japão, China e Rússia – os dois últimos têm assentos permanentes no Conselho de Segurança e, portanto, poder de veto.

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No entanto, os esforços da secretária não surtiram efeito. Após duas horas de discussão, a reunião foi encerrada sem que uma decisão fosse tomada sobre qual resposta dar à Coreia do Norte pela crise criada com o lançamento do foguete de longo alcance. "Os membros do Conselho de Segurança concordaram em continuar a discutir sobre a reação apropriada a ser tomada de acordo com as responsabilidades do órgão e diante da urgência da questão", afirmou o embaixador do México na ONU, Claude Heller.

De Praga, na República Tcheca, onde participava de uma reunião bilateral com a União Europeia, o presidente americano, Barack Obama, pediu que a Coreia do Norte receba, da comunidade internacional, uma "resposta enérgica". "Leis precisam ser efetivas. Violações precisam ser punidas. Palavras precisam ter significado."

"É uma estranha guinada na história. A ameaça de uma guerra global se foi, mas o risco de um ataque nuclear aumentou", disse.

Foguete

O lançamento do foguete norte-coreano ocorreu por volta das 11h30 do domingo (23h30 de sábado pelo horário de Brasília). Segundo o governo do ditador Kim Jong-il, o satélite que o foguete transportava entrou em órbita e circulou a Terra transmitindo músicas sobre Kim e sobre o pai dele, o general Kim Il-sung.

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No entanto, o Comando Aeroespacial dos EUA e o Ministério da Defesa sul-coreano negam o êxito da instalação do satélite em órbita. Conforme os EUA, a primeira fase do míssil caiu no Mar do Japão e o restante, no oceano Pacífico. Nenhum escombro caiu em território japonês. Para EUA, Coreia do Sul e Japão, o lançamento testou o míssil Taepodong-2, projetado para voar até os estados americanos do Alasca e do Havaí. No primeiro teste do Taepodong-2, feito em julho de 2006, o foguete quebrou 40 segundos após o lançamento.

Naquele mesmo ano, o Conselho de Segurança aprovou a resolução que obriga a Coreia do Norte a suspender toda atividade relacionada ao programa de mísseis balísticos. No pedido pela reunião de emergência que será realizada ainda hoje, EUA e Japão acusam este lançamento de foguete de infringir a resolução.