O Exército da Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira (14) que ordenou que suas unidades de artilharia posicionadas ao longo da fronteira com a Coreia do Sul abram fogo caso detectem novos drones do país vizinho.
De acordo com uma nota de um porta-voz do Estado-Maior norte-coreano publicada pela agência de notícias estatal KCNA, “as unidades de artilharia combinadas nas proximidades da linha de fronteira” receberam uma ordem do alto comando militar em 12 de outubro para “se prepararem totalmente para abrir fogo”.
O texto diz que o Estado-Maior acredita que “há uma grande possibilidade de infiltração adicional de drones da República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) no espaço aéreo nacional” e que os preparativos foram feitos levando-se em conta “circunstâncias em que ataques imediatos a alvos inimigos específicos são inevitáveis” e que é impossível “descartar um conflito armado subsequente”.
A ordem afeta oito brigadas de artilharia “totalmente armadas em modo de guerra”, de acordo com o texto, que acrescenta que “os postos de observação antiaérea na capital, Pyongyang, foram reforçados”.
A mensagem chega um dia depois que Kim Yo-jong, irmã do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, alertou que Seul enfrentará um “desastre horrível” se enviar drones para seu território novamente, depois que Pyongyang afirmou que vários drones sul-coreanos sobrevoaram recentemente a capital norte-coreana.
Em 11 de outubro, a Coreia do Norte alegou que o Sul havia enviado drones com folhetos de propaganda contra o regime pelo menos três vezes na semana passada sobre Pyongyang e divulgou fotos de um dos veículos aéreos não tripulados capturadas no céu.
A ditadura de Kim não especificou se os drones foram enviados pelos militares do país vizinho ou por ativistas de direitos humanos que enviam regularmente balões de propaganda.
Tanto o Ministério da Defesa da Coreia do Sul quanto o Estado-Maior Conjunto (JCS) negaram qualquer conhecimento sobre o suposto envio de drones.
Os grupos ativistas mencionados afirmaram que, em algumas ocasiões, conseguiram enviar drones para a Coreia do Norte carregados de panfletos.
A detecção dos drones sobre a capital norte-coreana ocorre depois que Pyongyang anunciou, na semana passada, que está cortando e fortificando as estradas e ferrovias que ligam o país à Coreia do Sul.
Essa ação é uma resposta a uma emenda constitucional recentemente aprovada que, acredita-se, redesenhou unilateralmente as fronteiras nacionais por ordem de Kim Jong-un, que no início deste ano declarou a Coreia do Sul como "o principal inimigo nacional".
Um porta-voz do JCS disse que foram detectados sinais de que a Coreia do Norte está se preparando para explodir estradas nos flancos leste e oeste da fronteira e que isso pode ocorrer já nesta segunda-feira.