O vice-ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Kim Kye-gwan, principal chefe de assuntos nucleares do país, pediu nesta quarta-feira (18) a retomada do diálogo de seis lados pelo desarmamento nuclear do regime comunista "sem condições prévias", dias após os Estados Unidos alertarem para uma possível reabertura de um reator norte-coreano.
"O diálogo de seis lados é uma plataforma importante para resolver o problema nuclear na península. Apoiamos reiniciá-lo, mas esperamos uma negociação sem condições prévias", disse o vice-ministro em Pequim em um fórum organizado para celebrar o décimo aniversário do lançamento da primeira rodada desta negociação.
Recentemente, analistas americanos asseguraram que a Coreia do Norte reatou a atividade de seu reator nuclear de Yongbyon, capaz de produzir plutônio para o programa de armas atômicas do país.
Os especialistas se baseiam em fotografias feitas em 31 de agosto e divulgadas na quinta-feira passada pela Universidade John Hopkins, em Washington, e pelo Instituto de Ciência e Segurança Internacional dos Estados Unidos, que mostram vapor branco saindo de uma instalação próxima à sala do reator que contém as turbinas.
As negociações de seis lados, composta pelas duas Coreias, China, Japão, Estados Unidos e Rússia, foram paralisadas por Pyongyang em 2008, mas há esperanças de que possam ser retomadas em um futuro próximo perante o recente relaxamento das tensões na península coreana.
Para isso, no entanto, EUA e Coreia do Sul pediram à Coreia do Norte que mostre compromisso paralisando seu programa nuclear.
"Impor condições prévias a nossa oferta de diálogo causaria desconfiança", disse hoje o vice-ministro norte-coreano em referência aos pedidos de Washington e Seul.
A China, por sua parte, apresentou hoje um plano de quatro pontos para alcançar a desnuclearização da península coreana, "uma responsabilidade comum das seis partes", segundo o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi.
Em discurso na abertura do fórum, Wang assinalou que "houve avanços positivos" e que eles precisam continuar.
O plano apresentado pelo ministro sustenta que "todas as partes devem mostrar contenção e compartilhar a mesma meta, consolidar o alívio das tensões e compartilhar responsabilidades comuns".
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