A Coreia do Norte anunciou ontem que lançará um foguete para colocar um satélite em órbita. A ação violaria a proibição imposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) após lançamentos anteriores.
O lançamento, segundo o governo norte-coreano, será entre 12 e 16 abril e marcará o 100.º aniversário de nascimento do líder fundador do país comunista, Kim Il Sung.
Após o surpreendente anúncio, o governo dos EUA disse que não enviará alimentos em troca de concessões do regime comunista em seu programa nuclear. Os governos do Japão, Coreia do Sul e Rússia também reagiram ao anúncio norte-coreano.
A Coreia do Norte concordou recentemente em suspender seus testes de mísseis de longo alcance e suas atividades nucleares, como parte de um acordo com os EUA para receber alimentos em troca. O governo norte-coreano agora argumenta que o lançamento de um satélite é uma atividade pacífica. Mas os EUA, a Coreia do Sul e o Japão afirmam que o desenvolvimento da tecnologia de foguetes se sobrepõe à tecnologia militar, uma vez que mísseis de longo alcance podem ser usados tanto para colocar satélites em órbita quanto para carregar armas nucleares até um alvo.
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, disse que Washington agora tem "graves preocupações" a respeito do acordo fechado em 29 de fevereiro com Pyongyang. Com o acordo, a Coreia do norte concordou em suspender suas atividades nucleares e declarar uma moratória nos testes de mísseis, em troca de 240 mil toneladas de alimentos.
O Japão e a Rússia fizeram um apelo ao governo norte-coreano para que desista de lançar o satélite. "Nós pedimos a Pyongyang que não se oponha à comunidade internacional", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em comunicado.
Conforme um porta-voz do Comitê Norte-Coreano de Tecnologia Espacial, o foguete Unha-3 irá lançar um satélite de observação da Terra conhecido como Kwangmyongsong-3. Segundo a agência estatal de notícias, esses satélites são indispensáveis para o desenvolvimento econômico do país e estão em linha com a política de uso pacífico do espaço.
A Coreia do Norte explodiu sua primeira bomba atômica em 2006. Os cientistas ocidentais acreditam que o país deva ter plutônio suficiente para produzir entre 4 e 8 bombas atômicas rudimentares.