A Coreia do Norte menosprezou os alertas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Pyongyang irá enfrentar "fogo e fúria se ameaçar os EUA, e divulgou nesta quinta-feira (10) planos detalhados para um ataque com mísseis perto de Guam, território americano no oceano Pacífico.
O progresso norte-coreano aparentemente rápido no desenvolvimento de armas e mísseis nucleares capazes de atingir o território continental dos EUA alimentou tensões que escalaram para uma guerra de palavras entre Washington e Pyongyang, preocupando potências regionais e investidores globais.
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As ações caíram pelo terceiro dia em todo o mundo, e em Seul atingiram seus menores valores em sete semanas, depois que a Coreia do Norte disse estar finalizando os planos para disparar quatro mísseis de alcance intermediário sobre o Japão para caírem a cerca de 30 ou 40 quilômetros de Guam, detalhando um plano anunciado inicialmente na quarta-feira (9).
Guerra de palavras
Segundo a agência estatal de notícias norte-coreana, KCNA, o general Kim Rak Gyom, comandante da Força Estratégica do Exército do Povo Coreano, afirmou que "um diálogo sensato é impossível com um sujeito assim [Trump], desprovido de razão, e com ele só funciona a força absoluta".
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Guam, uma ilha tropical localizada mais de 3 mil quilômetros ao sudeste da Coreia do Norte, é o lar de cerca de 163 mil pessoas e de uma base militar norte-americana que inclui um esquadrão de submarinos, uma base aérea e um grupo da Guarda Costeira.
Tal como anunciada pelos norte-coreanos, a trajetória planejada dos mísseis atravessaria algumas das rotas marítimas e aéreas mais movimentadas do planeta.
O Exército da Coreia do Norte finalizará seus planos em meados de agosto, deixando-os prontos para uma ordem do líder Kim Jong Un, relatou a KCNA citando o general Kim Rak Gyom. "Os foguetes Hwasong-12 a serem lançados pelo KPA (Exército do Povo Coreano) cruzarão os céus acima de Shimane, Hiroshima e Koichi, no Japão", informou a KCNA. "Eles voarão 3.356,7 quilômetros durante 1,065 segundos e atingirão as águas a 30-40 quilômetros de distância de Guam".
Embora Pyongyang ameace destruir os EUA e seus aliados com frequência, a reportagem da KCNA foi considerada incomum pelo detalhamento e publicada na esteira de dois testes bem-sucedidos de um míssil intercontinental, realizados em julho, e de uma série de outros testes de mísseis.
Pequenas ogivas
Na terça-feira (8), o jornal americano "The Washington Post" relatou que a Coreia do Norte teria a capacidade de colocar pequenas ogivas nucleares nestes mísseis, segundo um relatório da Agência de Inteligência de Defesa.
O Post também assinalou que outra avaliação da Inteligência considerou que a Coreia do Norte tem agora até 60 armas nucleares, mais do que se pensava.
Alguns especialistas asseguram que Pyongyang ainda deve superar obstáculos técnicos, em especial para conseguir fazer uma miniatura de uma ogiva nuclear para introduzi-la com sucesso em um míssil.
Mas apesar das discrepâncias, todas estão de acordo que a Coreia do Norte avança rapidamente em sua corrida de armas nucleares desde a chegada de Kim Jong-Un ao poder, em dezembro de 2011.
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