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Soldado norte-coreano faz guarda em um posto no Rio Yalu, próximo a cidade de Sinuiju | REUTERS/Jacky Chen
Soldado norte-coreano faz guarda em um posto no Rio Yalu, próximo a cidade de Sinuiju| Foto: REUTERS/Jacky Chen

A Coreia do Norte advertiu neste domingo (31) que as armas nucleares são "a vida da nação" e não serão comercializadas nem mesmo por "bilhões de dólares." Esses comentários fazem parte do comunicado divulgado após uma plenária do comitê central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que governa o país. A reunião plenária - que acertou a "nova linha de estratégia" para a construção de uma economia forte e de um arsenal nuclear - ocorreu em meio a uma série de ameaças diárias feitas a partir de Pyongyang (capital da Coreia do Norte) nas últimas semanas, incluindo a promessa de lançar uma investida nuclear contra os Estados Unidos e uma advertência feita neste sábado (30) de que a península coreana está em "estado de guerra".

Pyongyang está furiosa com os exercícios militares na Coreia do Sul e com a nova rodada de negociações na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as sanções que se seguiram ao seu teste nuclear realizado em 12 de fevereiro, o terceiro do país.

O governo norte-coreano afirmou que as bases militares dos Estados Unidos no Japão estariam sujeitas a ataques se uma guerra irrompesse na península coreana, segundo informou a agência de notícias japonesa Kyodo. O jornal Rodong Sinmum, do Partido dos Trabalhadores da Coreia, cita as bases americanas de Misawa, Yokosuka e Okinawa.

A ameaça veio um dia após a Coreia do Norte dizer que entrou em "estado de guerra" com a Coreia do Sul, dando alerta de uma "guerra total" ou uma "guerra nuclear" caso a Coreia do Sul e os Estados Unidos se lancem a atividades militares contra a ilha do Norte.

A agência Kyodo informou, ainda, que o governo em Pyongyang também mantém a retórica contra Tóquio que, juntamente com Seul e Washington, condenaram a Coreia do Norte por testes com foguetes em dezembro, e o terceiro teste nuclear em fevereiro.

Analistas avaliam que uma escala total de ataques por parte da Coreia do Norte é improvável e dizem que as ameaças estão mais relacionadas com prováveis esforços para provocar políticas mais suaves em direção a Pyongyang a partir do novo governo de Seul e para solidificar a imagem do jovem líder norte-coreano e suas credenciais militares em casa.

A Coreia do Norte vem classificando o arsenal militar dos EUA como uma ameaça à sua existência desde a Guerra Coreana de 1950-1953, e que terminou com uma trégua, não um tratado de paz, deixando a península ainda tecnicamente em guerra. Pyongyang justifica sua própria atividade nuclear em grande parte com a percepção de ameaça pelos EUA.

Embora analistas classifiquem as ameaças da Corea do Norte basicamente como atitudes temerárias, existe receio de que alguma escaramuça localizada possa ter consequências mais pesada. Seul prometeu responder duramente se a Coreia do Norte provocar seus militares.

A Casa Branca diz que os Estados Unidos estão levando seriamente as ameaças da Coreia do Norte, mas também lembraram que historicamente Pyongyang tem "uma retórica belicosa." As informações são da Associated Press e Dow Jones.

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