A Coreia do Norte advertiu neste domingo que a deterioração das relações com a Coreia do Sul empurra a península para a iminência de uma guerra, dois dias depois de ter anunciado que estava rompendo todos os acordos com seu rico vizinho capitalista.
Analistas dizem que essas jogadas de retórica têm por objetivo mudar as duras políticas do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, e atrair a atenção do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
"A política de confrontação com a DPRK (Coreia do Norte), exercida pelo grupo (Coreia do Sul) é a fonte genuína de conflitos militares entre o Norte e o Sul", destacou o jornal do Partido Comunista norte-coreano, divulgado pela KCNA, a agência oficial de notícias do país.
"Na Coreia, onde vigora o armistício, confrontação significa escalada da tensão e isso pode conduzir a um conflito militar inevitável e incontrolável e à guerra."
Os dois países estão tecnicamente em guerra porque seu conflito, de 1950 a 1953, terminou apenas em cessar-fogo, sem um acordo de paz. Os dois lados têm mais de 1 milhão de soldados perto da fronteira.
A burocracia do Norte trabalha lentamente para formular sua política e pode ainda estar tentando definir qual será a posição em relação à equipe de Obama, dizem analistas, por isso fica mais fácil para o governo norte-coreano dirigir a ira aos aliados dos EUA, incluindo a Coreia do Sul.
Nos últimos meses, o Norte ameaçou várias vezes destruir o governo do presidente sul-coreano, o conservador Lee, que depois de tomar posse, um ano atrás, pôs fim a uma década de ajuda gratuita à Coreia do Norte.
O governo de Lee normalmente ignora os insultos norte-coreanos.
"A escalada de ameaças da Coreia do Norte não indica que grandes hostilidades sejam iminentes", disse Bruce Klingner, perito em assuntos coreanos da Fundação Heritage, em Washington.
"Mas elas podem facilmente ser indício de uma nova rodada de confrontos navais com a Coreia do Sul no Mar Amarelo."