Coréia do Norte, Egito, Israel, Líbano e Síria se recusaram a aderir a um tratado que proíbe armas químicas, o que representa um perigo para as 180 nações que prometeram destruir seus arsenais dessas armas, disse nesta sexta-feira o diretor de um grupo de monitoramento.
O argentino Rogelio Pfirter, diretor-geral do grupo que implementa o tratado, disse em entrevista coletiva e à Assembléia Geral da ONU que todos os países deveriam ser obrigados a aderir à Convenção de Armas Químicas, em vigor desde abril de 1997.
"É muito injusto com os outros países que uns poucos países mantenham para si o privilégio de produzir armas químicas, quando todos os demais são transparentes neste campo", disse Pfirter, diretor da Organização para a Proibição de Armas Químicas, com sede em Haia.
Sobre a Coréia do Norte, Pfirter disse que Pyongyang não respondeu às súplicas para que abandonasse tais armas, apesar "da potencial existência de arsenais".
Uma resolução de 14 de outubro do Conselho de Segurança, em reação ao teste nuclear norte-coreano deste mês, exige que o país se livre de todas as armas de destruição em massa.
No Oriente Médio, Egito, Israel, Líbano e Síria "de uma forma ou outra" argumentam que não podem assinar o tratado devido ao conflito regional, desculpa que Pfirter rejeitou porque muitos outros países em zonas de guerra são signatários.
A Rússia tem o maior estoque declarado de armas químicas, com 40 mil toneladas. Em seguida vêm os Estados Unidos, com 27 mil toneladas. Outros países que declaram possuí-las são Índia, Líbia e Albânia.
O tratado proíbe o uso, desenvolvimento, produção, armazenamento e transferência de armas químicas, categoria que inclui agentes como os gases VX e mostarda. Prevê que todos os estoques sejam destruídos até abril de 2007, mas autoriza uma prorrogação. EUA e Rússia querem cinco anos a mais.
Em abril deste ano, o secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, disse a uma comissão parlamentar que os EUA podem destruir apenas cerca de 66% do seu arsenal químico declarado até abril de 2007.
Pfirter, cujo grupo coordena os inspetores, disse que as operações foram completadas em duas instalações norte-americanas, enquanto seis outras continuam funcionando.
As autoridades dos EUA estimam que a destruição de todo o arsenal custará mais de US$ 32 bilhões, porque é necessário construir usinas especiais, por razões de segurança.
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