A Coreia do Norte estabeleceu nesta quinta-feira (18) uma série de condições para iniciar o diálogo com Seul e Washington, entre elas a suspensão dos exercícios militares conjuntos dos aliados e a retirada das sanções impostas pela ONU.
A Comissão Nacional de Defesa oficializou os requisitos para que Pyongyang se sente à mesa de negociações em resposta às chamadas que Coreia do Sul e Estados Unidos fizeram nos últimos dias para pôr fim a uma longa etapa de tensão.
"Em primeiro lugar, devem cessar imediatamente todos os atos de provocação" contra a Coreia do Norte, e tanto os EUA como a Coreia do Sul "devem pedir desculpas por todos eles", expressou o mais alto órgão militar do regime norte-coreano, em comunicado divulgado pela agência estatal "KCNA".
Horas antes, em outro comunicado, o regime advertira a Coreia do Sul de que "não haverá diálogo nem melhora das relações" enquanto Seul "persistir com seus atos hostis".
A Comissão foi além e detalhou que os aliados devem "tomar medidas" para que a ONU retire as sanções impostas ao regime por seus testes nucleares e de mísseis, assim como deixar de culpar Pyongyang pelo afundamento da embarcação sul-coreana Cheonan, em 2010, e pelos ciberataques a bancos e emissoras sul-coreanas, em março último.
"Em segundo lugar", continuou a Comissão, Seul e Washington "devem garantir que não encenarão de novo exercícios de guerra nuclear para ameaçar ou chantagear" a Coreia do Norte, em referência às diversas manobras militares anuais que os aliados realizam em território sul-coreano.
Em terceiro e último lugar, o comando militar norte-coreano exigiu a "retirada de todos os meios de guerra atômica na Coreia do Sul e em seus arredores", em alusão ao sistema que Washington fornece para garantir a proteção do seu aliado asiático em casos extremos.