Agência estatal norte-coreana divulga imagem de um encontro de líderes do país para celebrar o aniversário de Kim Il-Sung, morto em 1994 e pai do atual ditador Kim Jong-il| Foto: Reuters/KCNA
Veja que país usa programa nuclear para pressionar o Ocidente

Pyongyang - O governo da Coreia do Norte anunciou ontem a suspensão de sua colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a expulsão dos inspetores estrangeiros que fiscalizam a atividade do reator de Yongbyon.

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A decisão da Coreia do Norte foi comunicada pela própria AIEA, que, em nota emitida em Viena, informa que Pyongyang resolveu reativar o reator de Yongbyon – cuja torre de resfriamento foi destruída em junho do ano passado como um gesto de compromisso de Pyongyang com o processo de desnuclearização.

"A República Popular da Coreia informou aos inspetores da AIEA nas instalações de Yongbyon que cessa imediatamente toda cooperação com a AIEA’’, afirmou o porta-voz da agência Marc Vidricaire.

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Mais cedo, a Coreia do Norte anunciou que iria abandonar as negociações de desnuclearização – protagonizadas por Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, China e Rússia – e reativar seu programa nuclear, em uma reação à condenação pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo disparo de um míssil de longo alcance no último dia 4.

O Conselho de Segurança da ONU declarou que Pyongyang violou a proibição do teste de mísseis de longo alcance, e exigiu uma implementação mais rígida das sanções já em vigor contra o país.

Pyongyang afirmou, segundo a agência oficial KCNA, que "rejeita firmemente’’ e considera um "insulto insuportável’’ contra seu povo a decisão do Conselho de Segurança. "Nós não participaremos nunca mais destas discussões e não nos consideramos obrigados por qualquer decisão adotada durante estas tratativas’’, disse o Ministério de Relações Exteriores norte-coreano, em comunicado.

O regime comunista anunciou ainda que decidiu reativar suas instalações atômicas. "Vamos adotar as medidas necessárias para reabrir nossas usinas nucleares desativadas (...) e reintroduzir os bastões de combustível nuclear nos reatores experimentais’’, destacou o ministério.

A Coreia do Norte começou há um ano a desmantelar o seu antigo reator de Yongbyon, como parte do processo de desarmamento pelo qual os cinco países participantes da negociação ofereciam ajuda econômica.

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O regime comunista está sob sanções da ONU desde 2006, por causa de um teste anterior com uma bomba atômica e um míssil de longo alcance. Especialistas dizem que o país não tem tecnologia para fabricar um reator avançado.