A Coreia do Norte celebrou o 70º aniversário de sua fundação neste domingo (9) com um desfile de soldados e equipamentos militares, mas não mostrou ao público seus mísseis balísticos intercontinentais, que se acredita serem capazes de atingir os Estados Unidos.
O desfile foi mais discreto do que o encenado em fevereiro, antes da Olimpíada de Inverno na Coreia do Sul, e do que o de abril de 2017, quando a exibição de uma série de mísseis balísticos aumentou as tensões com os Estados Unidos.
O desfile marcou o 70º aniversário da fundação da República Popular Democrática da Coreia, três anos depois que os Estados Unidos e a União Soviética dividiram a península coreana entre eles após o fim da Segunda Guerra Mundial.
A parada militar ocorre em um momento delicado, já que os Estados Unidos e a Coreia do Sul tentam envolver o Norte em um processo que desnuclearização da península. Mas enquanto o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, é esperado em Pyongyang para um encontro com o dutador Kim Jong Un, as conversas com os Estados Unidos não avançaram diante do impasse sobre quem deve dar o próximo passo.
Washington quer que Pyongyang desmantele seu programa de armas nucleares, mas a Coreia do Norte insiste que os EUA declarem oficialmente o fim da Guerra da Coreia, como uma maneira de garantir sua segurança e construir confiança.
A guerra terminou em um armistício, não em um tratado de paz. A declaração de fim de guerra seria apenas um primeiro passo em direção a um eventual acordo de paz, mas muitos em Washington temem que tal declaração possa ser usada para minar a legitimidade da presença das tropas norte-americanas na Coreia do Sul.
Saiba mais: Como uma carta colocou em risco as negociações para a desnuclearização da Coreia do Norte
Convidados
Houve especulações de que o presidente chinês, Xi Jinping, poderia fazer sua primeira viagem a Pyongyang para o desfile, mas no final enviou Li Zhanzhu, chefe do Congresso Nacional chinês e um dos sete membros do Comitê Permanente do Partido Comunista.
Xi ainda mandou uma mensagem à Kim assegurando "a política inabalável do governo e do partido chinês para defender, consolidar e desenvolver as relações bilaterais" entre as duas nações, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia.
Imagens divulgadas pela agência estatal norte-coreana mostram também a presença de Valentina Ivanovna Matvienko, presidente do Conselho da Federação Russa. Ela se reuniu com o ditador Kim Jong-un neste sábado, no prédio do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
O ator Gérard Depardieu, que está sendo investigado por estupro, também foi flagrado no evento de aniversário da Coreia do Norte, segundo a imprensa internacional. Ele se recusou a falar com jornalistas.
Mais tarde no domingo, as comemorações continuarão com a abertura dos jogos em massa da Coreia do Norte, uma exibição sincronizada de ginástica e dança realizada por dezenas de milhares de pessoas trabalhando em uníssono. Os jogos, com o tema “país glorioso”, estão sendo encenados pela primeira vez desde 2013.
Por que a direita brasileira vê na eleição de Trump um impulso para o seu plano em 2026
Bolsonaro prevê desafios para Lula, seja com vitória de Trump ou Kamala; assista ao Entrelinhas
Trump e Kamala empatam na primeira urna apurada nas eleições dos EUA
As eleições nos EUA e o antiamericanismo esquerdista
Deixe sua opinião