A Coreia do Norte lançou um foguete de longo alcance neste domingo (7), desafiando uma proibição das Nações Unidas sobre testes de tecnologia de mísseis balísticos. O foguete foi lançado em torno das 9 horas, no horário local, na direção das ilhas japonesas de Okinawa. O Conselho de Segurança da ONU informou que fará uma reunião de emergência neste domingo.
Relatos iniciais disseram que o foguete não causou qualquer dano na terra ou no mar.
O foguete foi lançado da base de Dongchang-ri, noroeste do país, às 9h locais. O lançamento foi ordenado pelo líder Kim Jong-un e “colocou em órbita com sucesso um satélite de observação terrestre Kwangmyong 4”, anunciou a TV do governo.
A colocação em órbita do satélite não foi confirmada, mas uma fonte da defesa americana disse que, aparentemente, “algo chegou ao espaço”.
Os militares norte-americanos disseram que o foguete foi localizado sobre o Mar Amarelo e não era uma ameaça para os Estados Unidos. O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Susan E. Rice, classificou o lançamento como uma ação “desestabilizadora e provocadora”. “Apelamos à comunidade internacional para permanecer junta e demonstrar à Coreia do Norte que suas ações imprudentes devem ter consequências graves”, disse.
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Um porta-voz presidencial da Coreia do Sul disse que o Comitê Nacional de Segurança seria convocado. Em Tóquio, o ministro japonês Shinzo Abe condenou o lançamento. “Nós absolutamente não podemos aceitar que a Coreia do Norte realize um lançamento de mísseis, apesar das várias solicitações para não fazê-lo”, disse Abe.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, condenou com firmeza o lançamento e pediu à Coreia do Norte que ponha fim às “ações provocadoras”. Já a União Europeia acusou Pyongyang de cometer “uma nova grave violação de suas obrigações internacionais”.
A Rússia condenou o lançamento dizendo que se tratava de um duro golpe na segurança regional, incluindo a da Coreia do Norte. “Pyongyang ignorou os chamados da comunidade internacional e voltou a cometer uma violação flagrante das normas do direito internacional”, assinala um comunicado da chancelaria russa.
Risco de ataques
A Coreia do Norte diz que seus lançamentos de foguetes de longo alcance são destinadas a implantar satélites para fins científicos pacíficos, mas sua propaganda regularmente inclui referências a potenciais ataques com mísseis nucleares contra EUA e Coreia do Sul. Durante um período de intensa retórica bélica em 2013, a Coreia do Norte disse que estava preparada para fazer ataques preventivos contra os EUA.
Os EUA e outras nações veem o programa de foguetes de longo alcance da Coreia do Norte como um teste secreto de mísseis, devido às semelhanças entre o lançamento de um satélite e o disparo de uma ogiva em um alvo. EUA e a China estão entre os países que usaram modelos de mísseis balísticos intercontinentais para criar foguetes que lançam satélites.
Especialistas céticos
Alguns especialistas duvidam da capacidade da Coreia do Norte de ameaçar o território de países como os Estado Unidos, uma vez que lançar um míssil intercontinental é relativamente simples em comparação com a tecnologia necessária para a reentrada controlada na atmosfera.
“A ogiva nuclear de um míssil intercontinental precisa retornar à Terra, e a Coreia do Norte nunca mostrou dispor da tecnologia que permita a um veículo resistir à reentrada na atmosfera”, explicou o engenheiro espacial John Schilling, que acompanhou de perto o programa norte-coreano.
Mas se conseguirem dominar esta tecnologia, “a ameaça norte-coreana, até hoje teórica, irá se tornar muito real e alarmante”, assinalou.
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