Ouça este conteúdo
A Coreia do Norte disparou nesta quarta-feira (19) dois mísseis balísticos de curto alcance em direção ao mar do Japão como suposta resposta à chegada de um submarino dos Estados Unidos, carregado com armas atômicas, à Coreia do Sul, evento que também aconteceu nesta manhã (data local).
A chegada do submersível com o armamento ocorre às vésperas da realização da primeira reunião do chamado Conselho de Consulta Nuclear (NCG) entre Seul e Washington.
O Exército sul-coreano detectou os dois mísseis lançados "no mar do Leste (nome dado ao mar do Japão nas duas Coreias) a partir da região de Sunan (perto de Pyongyang) entre 3h30 e 3h46 de hoje (15h30 e 15h46 de terça-feira em Brasília)", disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) em comunicado.
"Os mísseis balísticos da Coreia do Norte aterrissaram no mar do Leste depois de voarem cerca de 550 quilômetros cada, e as especificações detalhadas desses mísseis estão sendo minuciosamente avaliadas pelas autoridades de inteligência da República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e dos EUA", acrescenta o texto.
O lançamento norte-coreano ocorreu poucas horas depois de o NCG realizar sua primeira reunião na capital sul-coreana.
Após esse encontro, o coordenador para a região Indo-Pacífico do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Kurt Campbell, anunciou a chegada a Busan (350 quilômetros a sudeste de Seul) do USS Kentucky, um submarino de propulsão nuclear com capacidade para portar mísseis balísticos atômicos (SSBN) - é o primeiro desse tipo a ir à Coreia do Sul em cerca de 40 anos.
Tanto a criação do NCG quanto o envio do submarino foram pactuados em abril com a assinatura da Declaração de Washington pelos presidentes de EUA e da Coreia do Sul, Joe Biden e Yoon Suk-yeol.
No documento, os EUA se comprometeram a fortalecer a chamada "dissuasão estendida", por meio da qual protegem seu aliado e buscam desencorajar Pyongyang a buscar o desenvolvimento de armas de destruição em massa.
O NCG é um mecanismo bilateral para coordenar as respostas dos EUA a possíveis ataques norte-coreanos, incluindo a opção nuclear.
No início da semana passada, o Ministério da Defesa Nacional da Coreia do Norte condenou o plano dos EUA de enviar o SSBN para a Coreia do Sul.
Pouco depois, Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano, Kim Jong-un, acusou os EUA de realizar ataques aéreos e, em 12 de julho, o regime lançou seu mais sofisticado míssil balístico intercontinental (ICBM), o Hwasong-18, pela segunda vez.
O lançamento de hoje também ocorreu depois que um soldado americano, durante uma visita turística, cruzou a fronteira sul-coreana com a Coreia do Norte, onde está atualmente detido.