A Coréia do Norte rejeitou nesta quarta-feira (10) os rumores de que o dirigente Kim Jong-il estaria gravemente doente, o que poderia provocar profundas mudanças de poder no regime comunista.

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Kim, de 66 anos, faltou nesta terça-feira ao desfile da independência. Uma fonte de inteligência dos Estados Unidos disse que ele pode ter sofrido um derrame.

"Sem problemas", disse Kim Yong-nam, número 2 do regime, em Pyongyang à agência japonesa de notícias Kyodo.

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Antes, o influente diplomata norte-coreano Song Il-do dissera à Kyodo: "Vemos tais relatos como não só desprezíveis, mas também como uma trama conspiratória."

Parlamentares sul-coreanos disseram, após reunião com o chefe da espionagem do país, que Kim sofreu um derrame, mas sua saúde está sob controle. "Ele não está gravemente doente", afirmou um parlamentar governista à agência de notícias Yonhap.

A morte de Kim provocaria graves incertezas sobre a liderança de um país que vê o resto do mundo com profunda desconfiança, possui um dos maiores exércitos do planeta e possivelmente desenvolveu armas atômicas - embora esteja voltando a negociar com a comunidade internacional para desativar seu programa nuclear em troca de ajuda energética e política.

Kim, chamado na imprensa oficial de "Estimado Líder", recebeu o poder de seu pai, o fundador Kim Il-sung, morto em 1994. Ele tem três filhos, mas não há nenhuma pista sobre quem poderia sucedê-lo.

Em 2006, um relatório de inteligência da Coréia do Sul especulou que, na eventual morte de Kim, o regime norte-coreano deve entrar numa espécie de coma, para então dar lugar a uma disputa de poder entre generais de alta patente, possivelmente em aliança com algum dos filhos de Kim. Analistas dizem haver uma divisão entre um grupo mais linha-dura e outro favorável a reformas limitadas para aliviar a miséria.

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Para a Coréia do Sul, quarta maior economia da Ásia, o pior cenário seria que a morte de Kim provocasse uma desintegração da Coréia do Norte, gerando um caos social que o Sul teria de absorver.

O presidente Lee Myung-bak convocou uma reunião de emergência com assessores. Seu ministro da Unificação disse que a situação é "estranha", mas pediu cautela para tirar conclusões. É definitivamente um momento muito delicado para a Coréia do Norte sob muitos aspectos", disse Kim Há-joong a parlamentares.

Os analistas também recomendaram não especular demais sobre a ausência do excêntrico líder norte-coreano, que às vezes passa um longo período ausente da bajulação da mídia estatal.

A Casa Branca não quis comentar as especulações sobre a saúde de Kim, mas a porta-voz Dana Perino qualificou como "positivas" algumas declarações do número 2 Kim Yong-nam sobre a retomada das discussões multilaterais sobre o programa nuclear.

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