A Coreia do Norte solicitou ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que apoie seu pedido por uma nova investigação sobre o naufrágio de um navio militar sul-coreano em março, atribuído por Seul a Pyongyang.
"Nosso ponto de vista é de que a forma mais razoável de resolver esse incidente é o norte e o sul da Coreia sentarem-se juntos para investigar a verdade", disse o embaixador norte-coreano na ONU, Sin Son-ho, em uma carta ao embaixador mexicano na organização, Claude Heller, atual presidente do conselho.
A carta é datada de 29 de junho e foi obtida pela Reuters na quarta-feira.
Em particular, os membros do Conselho rejeitam a ideia de conduzir outra investigação. Eles afirmam que uma investigação liderada pelos sul-coreanos e com participação internacional resultou num caso convincente contra Pyongyang.
O inquérito concluiu que um torpedo norte-coreano afundou a corveta Cheonan em 26 de março, matando 46 marinheiros sul-coreanos. Pyongyang nega responsabilidade por isso e afirma que os resultados da investigação sul-coreana estão incorretos.
Sin afirmou que o Conselho de Segurança, do qual participam 15 nações, deveria "tomar medidas capazes de levar os EUA e a Coreia do Sul a receber o grupo de inspeção da Comissão Nacional de Defesa, como proposto pela RDPC (Coreia do Norte), a vítima, para ajudar a verificar o 'resultado da investigação' e descobrir a verdade."
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA P.J. Crowley disse que outra investigação não é necessária.
"Não pensamos que outra investigação seja necessária neste ponto", disse ele a repórteres em Washington. "Não vemos nenhuma ambiguidade aqui e é hora para a Coreia do Norte assumir responsabilidade por suas ações".
Em uma carta separada ao conselho da ONU, também obtida pela Reuters, a Coreia do Sul afirmou que o naufrágio do navio é uma violação do armistício assinado em 1953 com o Norte e que deveria ser discutido pela comissão que analisa o acordo que pôs fim à guerra entre as duas Coreias.
Sem acordo sobre repreensão
O Conselho de Segurança tem discutido uma possível repreensão à Coreia do Norte, mas a China, único grande aliado de Pyongyang, mostra-se relutante a permitir qualquer crítica direta que possa provocar retaliação do país vizinho.
Assim como Rússia, EUA, Grã-Bretanha e França, a China é membro permanente do Conselho de Segurança, tem poder de veto e é capaz de bloquear qualquer iniciativa do conselho.
Diplomatas ocidentais do conselho afirmaram que um acerto do Grupo dos Oito de países ricos, que inclui a Rússia, realizado no sábado está muito perto do tom que eles vêm considerando em Nova York para uma resolução do conselho ou comunicado sobre o naufrágio do Cheonan.
Em sua carta, Sin também pediu que o conselho apoie a solicitação da Coreia do Norte por conversações militares de alto escalão com a Coreia do Sul.
Pyongyang havia dito no domingo que estava preparada para uma negociação militar com a Coreia do Sul para debater o afundamento do Cheonan, mas apenas se uma comissão de armistício que supervisiona a trégua da Guerra da Coreia não se envolvesse.
Um respeitado diplomata ocidental descreveu a carta de Sin como "mais moderada e mais comedida" do que os comunicados recebidos com frequência pelo conselho vindos da missão norte-coreana. A Coreia do Norte já ameaçou transformar Seul num "mar de fogo".
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