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A Coréia do Norte pode esperar até o fim do governo do presidente americano George W. Bush para pôr em prática um acordo que ponha fim a suas ambições nucleares, apesar dos prejuízos que a demora pode causar ao país comunista, disse na terça-feira Richard Armitage, ex-vice-secretário dos Estados Unidos.

A Coréia do Norte ignorou as advertências internacionais em julho e lançou mísseis em um teste polêmico. O país vem se recusando a retomar as negociações para encerrar seu programa nuclear em troca de um pacote de assistência e da promessa de não ser atacado.

- Com relutância, cheguei à conclusão de que (o líder norte-coreano) Kim Jong-il vai tentar dar um jeito de sair dessa, independentemente do horror que isso causará a seu povo - disse Armitage numa entrevista a um pequeno grupo de repórteres em Seul.

- Acho que é provável que eles esperem até o próximo governo - disse Armitage, especialista em Ásia. - Para mim, os norte-coreanos acreditam que estamos afundados no Iraque, no Afeganistão e no Irã, que não seremos muito inovadores e flexíveis com eles.

Armitage já havia especulado em Seul que a Coréia do Norte poderia testar uma arma nuclear ainda este ano, dentro do processo de aumentar as tensões. Em fevereiro de 2005, a Coréia do Norte se autodeclarou uma potência nuclear.

O governo Bush vem pressionando os países a respeitar os termos da resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada depois do lançamento dos mísseis norte-coreanos. A resolução pede aos países-membros que interrompam negócios que possam ajudar a Coréia do Norte a obter armas de destruição em massa.

Na terça-feira, a China disse que receberia bem negociações bilaterais entre EUA e Coréia do Norte, já que as conversas envolvendo seis países, patrocinadas pela própria China, não tiveram resultado.

- A China apóia e incentiva os EUA e a Coréia do Norte a manter contato e diálogo direto - disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang, numa entrevista coletiva. Para ele, Washington e Pyongyang precisam ser "flexíveis".

No mês passado, EUA e Coréia do Sul concordaram em mudar os termos de sua aliança militar de mais de 50 anos e devolver o comando dos soldados sul-coreanos para Seul.

O presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, foi muito criticado pela medida, pois ela poderia enfraquecer o comprometimento militar dos EUA para com o país.

Armitage também manifestou ter reservas sobre a mudança, afirmando que ela pode reduzir a capacidade da aliança de deter a Coréia do Norte.

- Os norte-coreanos sabem muito bem o que está acontecendo. Eles vão explorar um ponto fraco se o virem.

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