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Chung Eui-yong, assessor para segurança do presidente sul-coreano, disse que Kim Jong-un concordou em organizar uma reunião com os EUA | STR/AFP
Chung Eui-yong, assessor para segurança do presidente sul-coreano, disse que Kim Jong-un concordou em organizar uma reunião com os EUA| Foto: STR/AFP

O ditador norte-coreano Kim Jong-un disse a diplomatas da Coreia do Sul que está disposto a iniciar um diálogo com os Estados Unidos sobre o fim de seu programa nuclear e que aceita suspender os testes de mísseis durante as negociações.

A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) por Chung Eui-yong, chefe da delegação sul-coreana que se encontrou na segunda (5) com Kim em Pyongyang. 

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Segundo ele, o governo norte-coreano teria dito que não há necessidade de manter seu programa nuclear caso receba garantias internacionais de que o país não sofrerá um ataque militar e que o atual regime será respeitado.

“A Coreia do Norte afirmou claramente que está disposta a se desnuclearizar” disse o sul-coreano em nota. [O regime norte-coreano] Deixou claro que não tem razão para manter armas nucleares se a ameaça militar ao Norte foi eliminada e forem dadas garantias de segurança”. 

Ele afirmou ainda que o ditador norte-coreano aceitou se encontrar com o presidente sul-coreano Moon Jae-in, no primeiro encontro entre os líderes dos dois países desde 2007.  

A reunião deverá acontecer no fim de abril na fronteira entre as Coreias. Os dois lados também aceitaram criar uma linha direta para Moon e Kim conversarem.  

Chung confirmou também que viajará nos próximos dias aos Estados Unidos para se encontrar com Donald Trump. Depois, ele irá para Rússia e China, países mais próximos da Coreia do Norte.  

Aproximação  

Caso a declaração seja confirmada por Pyongyang, será a primeira vez, desde que Kim chegou ao poder em 2011, que ele sinaliza a possibilidade de abrir mão de seu programa nuclear, em mais um passo da recente reaproximação entre as duas Coreias.  

Após realizar diversos testes de mísseis e de armas nucleares ao longo de 2017, Pyongyang decidiu mudar o tom de sua diplomacia no início de 2018.  

Em seu discurso de Ano Novo Kim deixou de lado as trocas de acusações contra Trump e elogiou o país vizinho, expressando a vontade de que atletas norte-coreanos participassem da Olimpíada de Inverno, marcada para fevereiro na cidade sul-coreana de PyeongChang.  

A Coreia do Sul respondeu imediatamente elogiando a declaração e no dia 9 de janeiro os dois países tiveram seu primeiro encontro formal em mais de dois anos. Para ajudar na reaproximação, Seul e Washington aceitaram adiar um exercício militar que fariam na região e que Pyongyang dizia ser um ensaio para uma invasão contra o país.  

O exercício foi remarcado para abril e o governo sul-coreano já disse que que não pretende adiá-lo novamente —Kim não teria se oposto a sua realização.  

O processo culminou com as duas Coreias desfilando juntas na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, enquanto Moon, o presidente sul-coreano, se sentava na tribuna ao lado de Kim Yo-jong, irmã do ditador norte-coreano.  

Na ocasião, ela chegou a marcar um encontro com o vice-presidente dos EUA Mike Pence, que também acompanhava a Olimpíada, mas desistiu na última hora.  

Apesar disso, Washington já tinha dito que estava aberto ao diálogo com a Coreia do Norte, desde que o país aceitasse suspender seu programa nuclear, algo Pyongyang tinha se negado a aceitar antes das declarações desta terça.

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