A Coréia do Norte pode ter pouca fé no seu arsenal nuclear, devido à pouca potência do seu primeiro teste, no dia 9, e por isso provavelmente realizará um novo teste, disseram dois importantes especialistas numa análise publicada nesta quinta-feira.
Entretanto, mesmo que a potência seja de apenas um quiloton - e não quatro, como previam os projetistas norte-coreanos -, já se trata de uma "arma aterrorizante", afirmaram os físicos Richard Garwin e Frank von Hippel, em análise preparada para a revista "Arms Control Today", da Associação de Controle de Armas.
A Coréia do Norte teria informado antecipadamente à China que o teste do dia 9 teria uma potência de quatro quilotons, mas sismólogos americanos disseram que o impacto foi inferior a um quiloton, disseram Garwin, pesquisador emérito do Centro de Pesquisas IBM, de Nova York, e Von Hippel, professor da Universidade Princeton.
O cálculo de Terry Wallace, do Laboratório Nacional de Los Alamos (Novo México) foi de 0,5 a 2 quilotons, com 90% de certeza de que foi inferior a um quiloton. Lynn Sykes, da Universidade Columbia, estimou o impacto em 0,4 quiloton, com 95% de probabilidade de ter sido inferior a um quiloton, segundo os analistas.
Isso apóia a tese das autoridades americanas, que nesta semana confirmaram o caráter nuclear da explosão e disseram que ela foi inferior a um quiloton.
Mas Garwin e Von Hippel disseram que mesmo uma bomba de um quiloton já teria efeito devastador. O fogo e a radiação resultantes matariam pessoas numa área de 2,5 quilômetros quadrados em torno da explosão.
"Se, como concluíram os sismólogos, a força da explosão foi muito menor que a projetada, o governo norte-coreano pode ter pouca fé no seu arsenal de armas nucleares, e sua equipe de armas vai se reagrupar. Este teste imperfeito pode muito bem levar a Coréia do Norte a testar de novo", afirmaram.
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