A Coréia do Norte pretende lacrar na segunda metade de julho seu reator nuclear que é a fonte de seu plutônio para armas, disse na segunda-feira a agência russa de notícias Interfax, citando uma fonte diplomática norte-coreana não-identificada.
"Parar o reator levará cerca de um mês, segundo nossos especialistas", disse a fonte à Interfax. "Então estamos contando com lacrar (o reator) na segunda metade de julho, em concordância com os acordos alcançados nas negociações multilaterais."
A Coréia do Norte disse no fim de semana ter convidado inspetores nucleares da Organização das Nações Unidas (ONU) para irem ao país, como parte de um acordo de fevereiro, que prevê o fechamento do reator de Yongbyon em troca de ajuda.
Uma delegação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que visitará a Coréia do Norte na próxima semana para discutir como monitores da entidade poderiam monitorar o prometido fechamento do reator.
Representantes dos Estados Unidos e da Coréia do Sul se disseram otimistas com as novidades.
A fonte diplomática que falou à Interfax disse que a Coréia do Norte considera "apropriado" que as negociações multilaterais, envolvendo também EUA, China, Japão, Rússia e Coréia do Sul, sejam retomadas após a colocação do lacre em Yongbyon.
"A paralisação do reator vai significar a implementação pela Coréia do Norte das suas obrigações para o início da desnuclearização da península", disse a fonte.
"Então é lógico avançar depois disso para a discussão de passos concretos que os lados possam dar no segundo estágio", acrescentou.
Na semana passada, um banco de Macau liberou as contas pertencentes à Coréia do Norte que haviam passado mais de dois anos bloqueadas, devido a acusações norte-americanas de crimes financeiros.
A insistência de Pyongyang pela liberação dessa verba vinha atrasando a implementação do acordo de desarmamento nuclear firmado em 13 de fevereiro pelos seis participantes das negociações.
A Coréia do Norte, que em outubro testou armas nucleares pela primeira vez, poderá receber uma enorme ajuda energética, além de benefícios diplomáticos, caso abandone as armas atômicas.
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