Um enviado norte-coreano disse nesta sexta-feira (24) ao presidente da China que o país está disposto a adotar "ações positivas" para garantir a paz e a estabilidade na região, num momento em que Pequim intensifica os esforços para que a Coreia do Norte volte a negociar com a comunidade internacional.
Choe Ryong-hae, enviado especial do líder norte-coreano, Kim Jong-un, se reuniu com autoridades da China, inclusive o presidente Xi Jinping, na que foi a mais importante visita de uma autoridade do país em cerca de seis meses. Mas Choe não fez nenhuma menção de que a Coreia do Norte poderá abandonar seu programa nuclear.
A imprensa estatal chinesa disse que Choe entregou a Xi uma carta manuscrita de Kim, no Grande Salão do Povo, em Pequim. Detalhes do conteúdo não foram divulgados.
"A Coreia do Norte está disposta a fazer esforços conjuntos com todas as partes para resolver apropriadamente as questões correlatas por meio do diálogo multilateral e de consultas como as negociações com seis partes, e para manter a paz e a estabilidade na península", disse Choe, segundo relato da agência de notícias Xinhua. "Para esse fim, a Coreia do Norte está disposta a adotar ações positivas."
Xi disse a Choe que a desnuclearização da península da Coreia é uma aspiração de todos os povos e uma tendência inevitável, e disse que os problemas devem ser resolvidos pelo diálogo.
"A China espera que todas as partes exerçam a calma e a moderação, pressionem por uma redução das tensões, reiniciem o processo de diálogo a seis partes e realizem esforços persistentes... pela paz e estabilidade duradouras", disse o líder chinês.
Pequim repetidamente pede a Pyongyang que retome o processo multilateral que envolve também EUA, Rússia, Japão, Coreia do Sul e a própria China, com o objetivo de convencer a Coreia do Norte a abandonar a produção de armas nucleares. A Coreia do Norte se retirou desse processo em 2008.
Neste ano, a região viveu seu momento de maior tensão em várias décadas. Em fevereiro, a Coreia do Norte realizou seu terceiro teste de armas nucleares, o que motivou novas sanções da ONU. Em reação a isso, Pyongyang ameaçou os EUA e a Coreia do Sul com uma guerra nuclear.