A Coreia do Norte ameaçou neste sábado (25) travar uma "guerra sagrada" em resposta a exercícios militar planejados em conjunto por sua arquirrival Coreia do Sul e os Estados Unidos, dizendo que está determinada a impedir que Washington imponha sua vontade política.
O comunicado foi emitido pela Comissão Nacional de Defesa do Norte, um dia após o recluso Estado realizar sua primeira rodada de negociações com os EUA desde que o jovem e inexperiente Kim Jong-un assumiu o cargo em dezembro, após a morte de seu pai.
"Agora que uma guerra foi declarada contra nós, o Exército e as pessoas estão firmemente determinadas a enfrentá-la com uma guerra sagrada em nosso próprio estilo", disse o comunicado, divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.
"Os imperialistas norte-americanos são o inimigo jurado que querem lançar uma guerra de agressão para impor um 'estilo político americano sobre nós'..." A guerra sagrada, disse, usaria "meios fortes desconhecidos pelo mundo".
Pyongyang tem usado periodicamente o termo "guerra sagrada" para combater o que vê como ameaça do Sul e de seu aliado norte-americano.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul agendaram manobras militares separadas para a semana que vem. O Norte elevou seu nível de alerta militar desde que os aliados fizeram um treinamento de artilharia na semana passada perto da fronteira marítima disputada na costa oeste -também perto de uma ilha sul-coreana bombardeada pelo Norte após um exercício semelhante em 2010.
O último treinamento, descrito pelo Sul como rotineira, ocorreu sem incidentes.
Na sexta-feira, o Representante Especial da Política dos EUA para a Coreia do Norte, Glyn Davies, encerrou dois dias de negociações com seu correlato norte-coreano em Pequim, visando conduzir à retomada das negociações entre seis partes para persuadir o Norte a abandonar seu programa nuclear.
Dirigindo-se aos jornalistas em Seul neste sábado, depois de informar funcionários sul-coreanos, Davies disse que as negociações, as primeiras desde a morte do antigo líder Kim Jong-il, foram "um bom começo com o novo governo na RDPC (República Democrática Popular da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte)."
Ele reafirmou os fortes laços entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos -que possui cerca de 28 mil soldados no país.