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O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, reabriu um campo de prisão que estava fechado desde a década de 1980, de acordo com informações do portal sul-coreano Daily NK Reports. O local, conhecido como Campo 17, é o destino de críticos do regime, que são obrigados a trabalhos forçados e uma "reeducação ideológica", conforme contou uma testemunha ao jornal.
Assim que assumiu a liderança suprema do país no lugar de seu pai, em 2011, Jong-un realizou uma série de prisões no país. Muitos opositores à ditadura, incluindo seu tio, foram executados ou enviados para campos de trabalho forçado. Segundo denúncias de ONG's internacionais que acompanham a situação da península coreana, há informações de famílias inteiras que eram encarceradas nesses centros prisionais.
O Daily NK revelou, por meio de fontes anônimas, que a Coreia do Norte opera nove campos grandes de “reeducação ideológica”, atualmente. “As notícias sobre a expansão dos campos de trabalho forçado não deveriam nos surpreender”, disse o coordenador do trabalho da Portas Abertas com cristãos norte-coreanos.
O voluntário afirma que “Kim Il-sung era um líder poderoso, o verdadeiro ‘Grande Irmão’, amado por muitas pessoas por causa da doutrinação. Seu filho, Kim Jong-il, não tinha o mesmo carisma, mas era muito astuto. Ele fortaleceu o sistema de prisões para reprimir o povo. A maçã não cai longe da árvore. Kim Jong-un, filho de Kim Jong-il, usa a mesma estratégia do pai”.
Os campos de prisão e reeducação são espaços de repressão controlados pelo regime para cidadãos que, aos olhos do Estado, devem ser "corrigidos ou ideologicamente reposicionados dentro do governo norte-coreano". Os prisioneiros são forçados a trabalhar e recebem treinamento ideológico nesses locais.
Segundo investigações feitas nos últimos anos, os detidos sobrevivem com pequenas porções de comida e, com frequência, sob condição de maus-tratos. Além disso, são expostos a situações de trabalho perigosas e punidos com crueldade.
O país, que se mantém em primeiro lugar na Lista Mundial de Perseguição Religiosa da ONG Portas Abertas, também opera campos descritos pelo Estado como “zona de controle absoluto”, onde os prisioneiros passam o resto da vida. Inimigos do Estado que são considerados "incorrigíveis" trabalham até a morte.
Pesquisas do portal Daily NK e levantamentos de organizações não vinculadas a governos estimam que aproximadamente 200 mil pessoas vivem nos campos de trabalho forçado controlados pelo regime de Pyongyang. Há ainda centenas de norte-coreanos que foram banidos para áreas remotas, onde também são vítimas de trabalhos forçados. Eles não vivem em uma prisão ou em um campo, mas também não podem sair da área para a qual foram enviados.