A Coreia do Norte saudou hoje Kim Jong-un como "supremo comandante" do Exército, no mais recente sinal de que o inexperiente filho do ex-ditador Kim Jong-il está consolidando seu poder. Analistas afirmam que a medida indica que Pyongyang deve continuar com sua política de manter as forças armadas no comando (Songun).
"Nós vamos apoiar o companheiro Kim Jong-un como nosso supremo comandante e general e nós vamos levar a revolução Songun a uma conclusão", diz um editorial publicado pelo jornal Rodong Sinmun do governante Partido Comunista.
O periódico cobrou que Kim leve a Coreia do Norte à "vitória eterna". É a primeira vez que um órgão oficial usa o termo "supremo comandante" - posto anteriormente ocupado por seu pai - para o novo líder, que já é um general de quatro estrelas, apesar de ter menos de 30 anos.
Já a agência estatal de notícias KCNA informou que Kim visitou o palácio onde se encontra o corpo do pai na condição de "líder supremo das forças armadas revolucionárias" da Coreia do Norte. Ele estava acompanhado da cúpula militar do país.
"Isso mostra que Kim Jong-un agora tem um forte poder sobre o Exército e que a Coreia do Norte está anunciando isso para o mundo", afirma o professor Kim Yong-Hyun, da Universidade Dongguk, em Seul, na Coreia do Sul. "Também sugere que o Norte vai continuar com sua política Songun pelo menos no futuro previsível."
Entretanto, Kim Jong-un permanece um mistério para o restante do mundo, que procura pistas sobre as futuras políticas do país, que possui bombas atômicas. Analistas esperam poucas mudanças - pelo menos por enquanto - já que os membros do regime têm interesse em preservar o status quo. As forças armadas do país contam com 1,19 milhão de soldados e o regime tem a política de priorizar as necessidades do Exército, em detrimento dos civis.
Kim Jong-il perpetuou seu poder usando um amplo culto à sua personalidade, assim como seu pai fez antes dele. Hoje, a mídia estatal norte-coreana divulgou que seu "carinho" pelo povo continua mesmo após sua morte, com os moradores da capital recebendo peixe fresco como presente.
Kim Jong-il morreu no sábado passado depois de sofrer um ataque cardíaco. A Coreia do Norte está de luto oficial pelo menos até seu funeral, na próxima quarta-feira, e uma homenagem marcada para o dia seguinte.
Dois grupos especiais de civis sul-coreanos vão visitar o vizinho do Norte na segunda-feira, para prestar homenagens a Kim segundo informou Choi Boh-seon, porta-voz do Ministério de Unificação sul-coreano. Um grupo será liderado por uma viúva de um ex-presidente que teve uma encontro com Kim em 2000, e o outro pela esposa de um empresário que tem laços com a Coreia do Norte. Eles devem retornar ao Sul na terça-feira, e Seul disse que não vai permitir nenhuma outra visita ao Norte.
A Península da Coreia permanece em estado de guerra por causa do conflito em 1953, que terminou com uma trégua, não um tratado de paz. Tanques e soldados ainda vigiam a zona desmilitarizada que separa os dois países.
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