O naufrágio de um navio de guerra da Coreia do Sul por um torpedo norte-coreano foi um "ato não provocado e injustificado" para o qual "definitivamente haverá consequências", disse o Departamento de Estado americano nesta quinta-feira.
"É evidente que esta foi uma grave provocação da Coreia do Norte e definitivamente haverá consequências pelo o que a Coreia do Norte fez", disse a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley. Os Estados Unidos têm 28 mil soldados estacionados na Coreia do Sul, sua aliada.
Um torpedo disparado de um submarino da Coreia do Norte afundou uma corveta sul-coreana no dia 26 de março, no Mar Amarelo, matando 46 marinheiros. Esta é a conclusão de uma investigação internacional sobre o caso, acentuando a crise entre os dois países. Após a notícia, divulgada nesta quinta-feira, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, prometeu "medidas enérgicas" contra Pyongyang.
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, negou qualquer envolvimento no incidente e advertiu para o risco de uma "guerra generalizada" caso sofra sanções internacionais por conta do afundamento. Pyongyang afirmou que enviará especialistas à Coreia do Sul para verificar as provas.
A conclusão sul-coreana e a resposta ríspida da Coreia do Norte geraram temores de recrudescimento da tensão entre as Coreias, provocando uma queda na Bolsa de Valores de Seul. A Coreia do Sul deve, nas próximas semanas, ir ao Conselho de Segurança da ONU buscar alguma condenação ou mesmo uma punição contra Pyongyang.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China pediu moderação aos sul-coreanos. Pequim é o aliado mais próximo da Coreia do Norte e ocupa um dos cinco assentos permanentes no Conselho de Segurança, com poder de veto.
O porta-voz disse que a China pretende avaliar os resultados da investigação sul-coreana. Questionado sobre se a China duvidava dessas conclusões, o funcionário apenas repetiu que Pequim as avaliará. A China já defendeu Pyongyang no passado e esforços anteriores de aprovar sanções ao país foram engavetados pelo fato de se acreditar que Pequim vetaria essas punições.
Já em 2006 e 2009, a China apoiou sanções à Coreia do Norte, após o país realizar testes nucleares. No ano passado, porém, Pequim pressionou para que fosse retirada das sanções a proibição à exportação de armas leves ao país. A China é quem fornece essas armas a Pyongyang.