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A fechada Coréia do Norte recolheu-se ainda mais em seu casulo na quarta-feira, suspendendo a reunião de famílias separadas pela guerra e adiando as negociações sobre a formação de uma equipe olímpica única com a Coréia do Sul.

Desde que os norte-coreanos lançaram sete mísseis no dia 5 de julho, em meio a testes, as relações com seu vizinho, um dos maiores fornecedores de ajuda ao país stalinista, pioraram muito. A Coréia do Norte foi condenada internacionalmente devido ao teste.

O presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, avisou sobre o perigo de qualquer resposta "excessiva" aos norte-coreanos em virtude do lançamento dos mísseis, afirmando que isso apenas faria aumentar o nível de tensão regional.

Mas a Coréia do Norte afirmou ter decidido suspender a reunião de famílias separadas pela guerra. A suspensão aconteceu depois de negociações ministeriais mantidas pelos dois países terem sido interrompidas, na semana passada, em meio a uma ríspida troca de palavras.

- Na nossa opinião, portanto, tornou-se impossível realizar qualquer discussão a respeito de questões humanitárias, ou seja, não haverá mais reuniões entre as famílias e os parentes separados - afirmou o presidente da Comissão da Cruz Vermelha do país stalinista.

Em uma carta enviada à Comissão da Cruz Vermelha da Coréia do Sul e divulgada pela agência norte-coreana de notícias KCNA, uma autoridade da Coréia do Norte afirmou:

"As autoridades do lado dos senhores devem ser responsabilizadas inteiramente pelas conseqüências de suas ações desumanas e traiçoeiras".

As duas Coréias realizaram várias operações permitindo o reencontro de milhares de coreanos, em sua maioria idosos cujo último desejo antes de morrer era ver parentes que vivem do outro lado da península dividida.

As relações entre os dois países melhoraram nos últimos anos, quando foram assinados acordos de cooperação econômica. As trocas comerciais entre as Coréias somaram US$ 1 bilhão no ano passado, pela primeira vez.

Pagar o preço

Nas negociações ministeriais realizadas na cidade de Pusan (Coréia do Sul), o governo sul-coreano pressionou a Coréia do Norte a explicar por que havia ignorado os alertas da comunidade internacional a respeito dos mísseis.

Os norte-coreanos abandonaram a reunião, afirmando que o país vizinho "pagaria o preço" por ter tratado com descaso a cooperação entre as Coréias.

A Coréia do Sul disse que suspenderia o envio de grandes carregamentos com doações de arroz para o vizinho, que enfrenta uma carência crônica de alimentos, até a Coréia do Norte voltar às negociações sobre os programas nucleares dela e que envolvem seis países.

As negociações entre as Coréias para formar uma equipe olímpica conjunta foram adiadas devido às desavenças em torno dos mísseis, afirmou uma autoridade do Comitê Olímpico Sul-Coreano.

De outro lado, o encontro da próxima semana entre ministros das Relações Exteriores da região pode oferecer uma chance para descongelar as negociações sobre os programas nucleares da Coréia do Norte, paralisadas há meses, disse uma autoridade sul-coreana na quarta-feira.

O chanceler da Coréia do Sul, Ban Ki-Moon, disse a repórteres que, se continuasse difícil recolocar nos trilhos o processo que envolve seis países (as Coréias, os EUA, o Japão, a China e a Rússia), o governo sul-coreano daria apoio à realização de um encontro sem a Coréia do Norte. A última rodada de negociações desse processo aconteceu em novembro.

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