Ditador Kim Jong-un determinou reforço na quarentena para conter o surto de Covid-19 na Coreia do Norte.| Foto: KCNA /EFE
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A Coreia do Norte registrou neste domingo (15) mais 42 mortes aparentemente relacionadas com a Covid-19, além de 174.400 novos casos potenciais. As mortes suspeitas por Covid-19 foram registradas dois dias depois de o governo relatar as primeiras infecções. De sábado para domingo, o número de óbitos dobrou. O balanço oficial confirma só uma morte pela infecção, causada pela variante ômicron do coronavírus.

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O ditador norte-coreano Kim Jong-un qualificou a atual crise sanitária como "o maior calvário desde a fundação do país". Pesquisadores internacionais apontam que o grande desfile militar em 25 de abril para comemorar aos 90 anos do Exército pode ter desencadeado o surto no país. Conforme imagens da parada militar divulgadas pela TV estatal do regime, milhares de pessoas assistiram a parada militar na capital Pyongyang sem respeitar o distanciamento social e nem usar máscara.

A agência de notícias estatal KCNA publicou a atualização dos dados da epidemia registrados até o dia anterior após uma reunião de emergência do politburo norte-coreano, presidida por Kim.

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De acordo com o balanço, desde o final de abril e até o dia anterior, foram detectadas 524.440 pessoas com febre de origem desconhecida, como o regime parece estar se referindo à doença pandêmica. Dessas pessoas com febre, 234.630 teriam se recuperado e 288.810 estariam recebendo tratamento.

Por sua vez, o número de óbitos ligados a este sintoma chegou agora a 27, dos quais pelo menos uma pessoa morta testou positivo para Covid-19, conforme relatado pelo governo norte-coreana.

"O Politburo discutiu medidas políticas práticas para suprimir e controlar rapidamente a propagação de doenças infecciosas em todo o país", destacou a KCNA.

Kim, que ressaltou a gravidade da situação, pediu o reforço das medidas de quarentena para superar a crise e garantiu que a maioria dos pacientes está enfrentando uma forma leve da doença.

Quarentena

O líder do regime norte-coreano defendeu ainda o estrito fechamento de fronteiras que seu país empreendeu em 2020, com a explosão da pandemia. Kim Jong-un pediu às autoridades locais que aprimorem seus sistemas de quarentena e sensibilizem a população sobre sua importância.

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Kim também atribuiu a atual situação epidêmica no país à "incompetência" e "irresponsabilidade" das organizações que deveriam gerenciar as quarentenas, enfatizando a importância de estudar as políticas aplicadas em outros países e suas conquistas.

A Coreia do Norte relatou na quinta-feira seu primeiro surto de covid-19 desde que o patógeno foi detectado há mais de dois anos.

A situação é preocupante devido ao grau de contágio da variante detectada, a ômícron BA.2, e ao fato de o país ter rejeitado a doação de quase cinco milhões de doses de vacinas pelo consórcio Covax. O país não ter aplicou nenhuma dose na população e tampouco tem um plano nacional de vacinação.