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Os ditadores russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-Un, durante encontro em Pyongyang em junho
Os ditadores russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-Un, durante encontro em Pyongyang em junho| Foto: EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/ KREMLIN POOL

O Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul confirmou nesta quarta-feira (20) que a Coreia do Norte exportou para a Rússia lançadores múltiplos de foguetes e artilharia móvel e que alguns soldados norte-coreanos transferidos para a frente de batalha na Ucrânia parecem já ter participado em operações de combate.

A confirmação de que, além de artilharia e mísseis tácticos, Pyongyang transferiu mais tipos de armas para Moscou surge depois de, nos dias anteriores, analistas independentes terem identificado um canhão de artilharia autopropulsado norte-coreano sendo transportado de trem nas proximidades da cidade russa de Krasnoyarsk, na Sibéria.

O canhão é um sistema que o Pentágono designa como M-1989 Koksan e tem um calibre de 170 milímetros e um alcance efetivo de cerca de 50 quilômetros, que serviria para apoiar a artilharia pesada russa.

Para ajudar a potencializar a artilharia russa de longo alcance, o NIS confirmou que Pyongyang também enviou lançadores múltiplos de foguetes que disparam projéteis de 240 milímetros, um sistema com alcance de entre 60 e 70 quilômetros que o regime norte-coreano testou em pelo menos cinco ocasiões em 2024 com a aparente intenção de exportá-lo para a Rússia.

O NIS também afirmou aos membros da Comissão de Inteligência do Parlamento de Seul que cerca de 11.000 soldados norte-coreanos foram transferidos para a região russa de Kursk no final de outubro e que estão recebendo formação adicional em drones e outros requisitos tácticos e que alguns já participaram em operações de combate integrados em unidades da Marinha russa e brigadas aerotransportadas.

Kiev reporta desde o início de novembro que suas tropas já estiveram envolvidas em confrontos com o Exército russo nos quais também estavam presentes soldados norte-coreanos.

A inteligência sul-coreana, por sua vez, considera que Pyongyang pode acabar enviando entre 12.000 e 19.000 soldados para a frente de batalha, dependendo das necessidades de Moscou, segundo afirmaram hoje em coletiva de imprensa dois membros da referida comissão, Lee Sung-kwon, do governista Partido do Poder Popular (PPP), e Park Sun-won, do Partido Democrático (PD).

Além disso, o NIS considera que a reunião que a ministra das Relações Exteriores norte-coreana, Choe Son-hui, teve com o ditador russo, Vladimir Putin, em 4 de novembro, em Moscou, "provavelmente não foi realizada simplesmente para fins cerimoniais" e aponta que ambos discutiram questões importantes, o que leva a pensar que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, poderá visitar a Rússia em breve.

Kim já viajou para o leste da Rússia em setembro do ano passado para se encontrar com Putin, que fez a sua primeira visita à Coreia do Norte em 25 anos no último mês de junho, durante a qual ambos os líderes assinaram um tratado de aliança estratégica que prevê que ambos se apoiem no caso de um deles ser atacado.

Putin envia presentes ao ditador Kim Jong-un

O ditador da Rússia, Vladimir Putin, doou mais de 70 animais, incluindo um leão e dois ursos, ao Zoológico Central de Pyongyang, segundo informou nesta quarta-feira o Ministério dos Recursos Naturais e Ecologia russo.

“Hoje entrego aos meus camaradas coreanos um presente de Vladimir Putin ao zoológico de Pyongyang. Trouxemos mais de 70 exemplares”, disse na capital norte-coreana o titular da pasta ministerial russa, Alexandr Kozlov, citado pela sua assessoria de imprensa.

O ministro destacou que “os animais ocupam historicamente um lugar importante nas relações interestatais; são presenteados como sinal de apoio, gentileza e preocupação”. O presente de Putin, além do leão e dos dois ursos, inclui dois iaques domesticados, cinco cacatuas brancas, 25 faisões e 40 patos-mandarins.

Coreia do Norte e Rússia assinam acordo de cooperação econômica

Coreia do Norte e Rússia também assinaram em Pyongyang um novo protocolo de cooperação econômica que dá um novo impulso ao fortalecimento dos laços que os dois países vêm mantendo desde o ano passado, informou nesta quinta-feira (21) a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA.

O acordo, assinado na capital norte-coreana nesta quarta-feira, marcou o ponto culminante da 11ª reunião do comitê de cooperação bilateral sobre comércio, economia, ciência e tecnologia, que contou com a presença de uma delegação russa liderada pelo ministro de Recursos Naturais e Ecologia, Alexandr Kozlov.

O protocolo foi assinado pelo próprio Kozlov e pelo ministro das Relações Econômicas Exteriores da Coreia do Norte, Yun Jong-ho.

Embora a KCNA não tenha dado detalhes sobre o acordo, a agência de notícias russa TASS informou que foi decidido aumentar o número de voos fretados entre Pyongyang e cidades russas (atualmente só há voos diretos entre a capital norte-coreana e Vladivostok), por exemplo.

Kozlov, que foi recebido pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un, na segunda-feira, também teve uma reunião com o primeiro-ministro do país asiático, Kim Tok-hun, nesta quarta-feira, antes de viajar de volta para a Rússia, de acordo com a agência estatal de notícias.

Conteúdo editado por:Isabella de Paula
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