O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, disse nesta sexta-feira (10) que espera ampliar os laços comerciais com a Coreia do Norte por meio da construção de um segundo parque industrial no país, quando a tensão entre os dois governos diminuir.
As duas Coreias vivem uma fase de tensão desde que o governo do Sul acusou o Norte de torpedear uma corveta sul-coreana em março, matando 46 marinheiros. A Coreia do Norte negou envolvimento e prometeu retaliações pela força se a Coreia do Sul lhe impuser sanções.
O complexo industrial de Kaesong, um pouco ao norte da fronteira comum, é o único contato que resta entre os dois países, tecnicamente ainda em guerra depois do armistício de 1953.
"Acredito que um segundo complexo industrial de Kaesong será construído, e quero ver isso acontecer", disse Lee em entrevista a uma TV russa, durante visita ao país. "Mas, para que isso aconteça, depende totalmente do Norte."
Cerca de 400 mil pessoas trabalham no complexo de Kaesong, criado em 2003 sob a chamada Política Ensolarada, a marca dos antecessores liberais de Lee. O parque industrial foi concebido como modelo para uma futura cooperação econômica entre os dois países.
Ambos os lados se beneficiam de Kaesong. As firmas sul-coreanas usam a mão de obra barata da Coreia do Norte para produzir seus produtos. Para o regime da miserável da Coreia do Norte, trata-se de uma lucrativa fonte de divisas.
"O projeto Kaesong é o único canal de cooperação que resta entre o Norte e o Sul, isso as autoridades de ambos os lados sabem. Por isso queremos mantê-lo e desenvolvê-lo, e acho que é isso que o Norte também quer."
Lee suspendeu a ajuda ao Norte e rejeitou participar de qualquer diálogo depois de tomar posse, em 2008. Ele exige que a Coreia do Norte abandone seu programa de armas nucleares se quiser ter relações comerciais lucrativas com o próspero vizinho do sul.
Depois do incidente naval de março, a Coreia do Sul e os Estados Unidos impuseram novas sanções ao Norte e realizaram uma série de exercícios militares conjuntos na região. Nas últimas semanas, há sinais de distensão, já que as duas Coreias falam em retomar a ajuda, e o governo norte-coreano manifesta o desejo de voltar às negociações multilaterais sobre o seu desarmamento.
Nesta semana, a Coreia do Norte realiza a maior reunião do Partido dos Trabalhadores (partido único, comunista) em 30 anos, possivelmente para definir a sucessão do líder Kim Jong-il em favor do filho mais novo dele.
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