A Coreia do Sul proibiu nesta sexta-feira (6) a importação de peixes e frutos do mar que tenham sido pescados nos arredores da usina nuclear japonesa de Fukushima, em mais um golpe para o Japão na véspera da eleição da sede olímpica de 2020, em que Tóquio é uma das três concorrentes.
Horas antes de o primeiro-ministro Shinzo Abe embarcar para a Argentina, onde defenderá a candidatura japonesa na votação de sábado do Comitê Olímpico Internacional (COI), a Coreia do Sul prorrogou a proibição sobre a importação de 50 produtos de oito prefeituras (províncias) japonesas, incluindo Fukushima, devido a preocupações com a contaminação por radiação.
"As medidas se devem à preocupação fortemente ampliada do público sobre o fluxo de centenas de toneladas de água contaminada para o mar no local do acidente nuclear de Fukushima, no Japão", disse um porta-voz governamental sul-coreano.
A proibição, por tempo indeterminado, entra em vigor na segunda-feira e afeta algumas das principais áreas pesqueiras japonesas. A China já proibiu a importação de laticínios, legumes, peixes e frutos do mar de pelo menos cinco prefeituras japonesas, inclusive Fukushima, desde o acidente nuclear de março de 2011, causado por um tsunami.
Recentemente, a empresa Tepco, dona da usina, admitiu que a usina está despejando água radiativa no mar, e que os níveis de contaminação dispararam.
Enquanto isso, o Japão vem tentando tranquilizar a opinião pública mundial, e especialmente os membros do COI, sobre sua capacidade de gerenciar a crise em Fukushima.
O COI vai decidir no sábado, em Buenos Aires, se a Olimpíada de 2020 será realizada em Tóquio, Madri ou Istambul.
O dirigente da candidatura japonesa minimizou na quarta-feira o temor de que a questão possa influenciar na decisão, e disse que o nível de radiação em Tóquio é comparável aos de Londres, Paris ou Nova York.
Na sexta-feira, o principal porta-voz do governo japonês disse que a proibição sul-coreana aos produtos marítimos seria desnecessária, pois a água contaminada se concentra em uma pequena baía próxima à usina, e mesmo lá os níveis registrados estão bem abaixo dos limites tolerados.
"Temos fornecido as informações relevantes ao governo sul-coreano", disse Yoshihide Suga a jornalistas. "Gostaríamos que a Coreia do Norte tomasse medidas baseadas em evidências científicas."
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