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Coreia do Sul reage com caças à incursão de aeronaves russas e chinesas em sua zona aérea
O presidente de Coreia do Sul, Yoon Suk-Yeol| Foto: EFE/Antonio Lacerda

A Coreia do Sul acionou sua Força Aérea nesta sexta-feira (29) em resposta à entrada não autorizada de cinco aeronaves chinesas e seis russas na sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (KADIZ), localizada sobre o Mar do Leste (Mar do Japão) e o Estreito da Coreia. O incidente ocorreu entre 9h35 e 13h53, horário local, segundo informou o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas sul-coreanas.

Embora os aviões não tenham violado diretamente o espaço aéreo sul-coreano, a entrada sem notificação prévia nas zonas de defesa aérea representa um risco significativo para a segurança da região. Em nota, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul lamentou a ação, pedindo à China e à Rússia que tomem "medidas apropriadas para evitar uma recorrência", afirmando que tais ações "podem aumentar desnecessariamente as tensões na região".

As aeronaves foram identificadas e monitoradas antes de entrar na KADIZ, informou o ministério. Para prevenir quaisquer eventualidades, caças sul-coreanos foram mobilizados para tomar "medidas táticas", garantindo a soberania e a segurança do país.

A China, por meio de seu Ministério da Defesa, justificou a ação como parte da "nona patrulha estratégica conjunta" realizada com a Rússia no Mar do Japão, descrevendo o movimento como parte de um "plano de cooperação anual".

Por outro lado, o governo sul-coreano se preocupa com a frequência dessas incursões, que têm ocorrido desde 2019, sempre durante manobras militares conjuntas entre as ditaduras de Vladimir Putin e Xi Jinping. Em ocasiões semelhantes nos últimos anos, Pequim e Moscou caracterizaram os voos como "patrulhas estratégicas", reforçando sua aliança militar em meio ao contexto geopolítico global.

Além do aumento das tensões regionais, a colaboração entre os regimes russo e chinês levanta preocupações para o Ocidente. Especialistas apontam que as manobras são uma provocação direta às democracias do Indo-Pacífico e uma demonstração de poder frente à aliança liderada pelos Estados Unidos, que inclui a Coreia do Sul.

As aeronaves que ingressaram no espaço aéreo monitorado por Seul sobrevoaram áreas próximas às ilhas Dokdo, controladas pela Coreia do Sul, mas também reivindicadas pelo Japão, que as chama de Takeshima. De acordo com autoridades sul-coreanas, os aviões chineses e russos chegaram a voar juntos ao sul dessas ilhas, antes de deixarem a região.

A ameaça crescente no leste asiático

A aproximação militar entre Rússia e China ocorre em um momento crítico. Desde o início da guerra na Ucrânia, os dois regimes têm ampliado suas cooperações estratégicas, o que inclui exercícios navais, patrulhas aéreas conjuntas e retórica agressiva contra países democráticos.

Ambos também mantêm fortes laços com a Coreia do Norte, ditadura comunista que ameaça diariamente Seul. Recentemente, descobriu-se que o regime de Pyongyang estaria enviando tropas e armamento para apoiar a invasão russa na Ucrânia, fortalecendo ainda mais o eixo de autoritarismo que ameaça a estabilidade global.

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