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Conflito

Coreia do Sul rejeita proposta chinesa para debater crise

“Guerra coreana de novo? Não”, diz cartaz de protesto, na Casa Branca | Nicholas Kamm/AFP
“Guerra coreana de novo? Não”, diz cartaz de protesto, na Casa Branca (Foto: Nicholas Kamm/AFP)

Pequim - Em meio a exercícios militares com os norte-americanos, a Coreia do Sul rejeitou ontem proposta chinesa de realizar uma reunião de emergência do Grupo dos Seis (as duas Coreias, Japão, EUA, China e Rússia). O objetivo seria discutir a crise na região após a troca de disparos de artilharia da última terça-feira.

A Chancelaria chinesa convocou às pressas uma entrevista coletiva ontem à tarde para apresentar a ideia de um encontro no início do próximo mês, em Pequim. Wu Dawei, diplomata chinês encarregado do tema, defendeu a necessidade de "manter a paz e a estabilidade’’ na Península Coreana.

Pouco depois da entrevista coletiva em Pequim, o porta-voz da Presidência sul-coreana, Hong Sang-pyo, declarou que "agora não é hora para discutir’’ um encontro multilateral. Ele afirmou que a mesma proposta já havia sido rejeitada durante encontro de uma missão chinesa com o presidente Lee Myung-bak, ontem.

Como já sabiam da rejeição de Seul, a proposta foi uma tentativa chinesa de "salvar as aparências’’ em meio à pressão internacional para que Pequim atue para conter a Coreia do Norte, segundo analistas ouvidos pela agência estatal de notícias sul-coreana, Yonhap.

O chamado Grupo dos Seis foi criado em 2003, em meio a preocupações sobre o programa nuclear desenvolvido pela Coreia do Norte. As negociações estão paradas desde dezembro de 2008.

Jogos de guerra

Ontem, navios militares da Coreia do Sul e dos EUA deram início a quatro dias de exercícios militares na costa oeste da Península Coreana, cerca de 100 km ao sul da ilha Yeonpyeong, onde ataques de morteiros norte-coreanos mataram quatro sul-coreanos seis dias atrás.

Numa clara demonstração de força a Pyongyang, o exercício conta com a participação do porta-aviões USS George Washing­ton, gigantesca embarcação com 6 mil tripulantes e 75 aeronaves.

Trata-se também de um recado para o governo chinês de que, se não agir para conter o ímpeto da Coreia do Norte, a presença militar americana crescerá ainda mais na península. A presença americana na região desagrada a Pequim, por causa da proximidade com o seu litoral.

Em resposta às manobras, a Coreia do Norte divulgou um comunicado no qual, usando o tradicional tom belicista, ameaça "realizar um brutal ataque militar’’ caso seu território seja violado.

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