A Coreia do Norte disse nesta terça-feira (3) que o diálogo com os Estados Unidos não passou de um "truque tolo" dos americanos e alertou que Washington poderia receber um presente de Natal indesejado.
O regime norte-coreano deu um prazo aos Estados Unidos, até o final do ano, para abandonar sua "política hostil", apresentar uma nova abordagem para negociações e oferecer concessões em troca de sua decisão de encerrar os testes de mísseis balísticos nucleares e intercontinentais (ICBM) em 2018. Mas uma decisão recente dos Estados Unidos de adiar um exercício aéreo conjunto com a Coreia do Sul claramente não satisfez Pyongyang.
Ri Thae Song, vice-ministro de Relações Exteriores encarregado dos assuntos dos EUA, acusou Washington de tentar ganhar tempo pedindo um "diálogo substancial", mas ele rejeitou essa abordagem.
"O diálogo promovido pelos EUA é, em essência, apenas um truque tolo para manter a RPDC (Coreia do Norte) ligada ao diálogo e usá-lo em favor da situação política e da eleição nos EUA", disse ele. "A RPDC ouviu a retórica do diálogo mais do que suficiente. Portanto, ninguém mais presta atenção aos EUA". Ri lembrou novamente aos Estados Unidos o prazo que se aproxima rapidamente, efetivamente repetindo uma ameaça velada para retomar os testes de mísseis de longo alcance.
"A RPDC fez o máximo com perseverança máxima para não recuar nos passos importantes que tomou por sua própria iniciativa", disse ele em comunicado divulgado pela Agência Central de Notícias da Coreia. "O que resta a ser feito agora é a opção dos EUA e cabe inteiramente aos EUA que presente de Natal escolherá".
Mísseis para datas especiais
A Coreia do Norte já é conhecida por lançar mísseis em momentos internacionais oportunos e durante feriados nos Estados Unidos.
Na semana passada, o país escolheu o Dia de Ação de Graças para lançar dois projéteis do que chamou de "super grande lançador de foguetes múltiplos", marcando o 14º teste de foguetes ou mísseis de curto alcance que realizou este ano.
Em 4 de julho de 2017, a Coreia do Norte realizou seu primeiro teste de ICBM, o Hwasong-14, o qual o ditador Kim Jong-un descreveu como um "pacote de presente" para os americanos no Dia da Independência.
O regime também ampliou as ameaças militares nos últimos meses, sugerindo que em breve poderá lançar um míssil balístico na direção do Japão.
Quando o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, descreveu o lançamento da semana passada como uma ameaça para a região e o mundo, mas descreveu os projéteis como mísseis balísticos, a Coreia do Norte respondeu chamando-o de "pior idiota do mundo" e de "homem mais estúpido da história".
"Abe poderá ver o que é um míssil balístico real em um futuro não distante e debaixo do nariz", disse a KCNA no sábado. "Abe não é nada além de um imbecil perfeito e um anão político".