A Coreia do Sul confirmou que fará uma reunião com a Coreia do Norte para debater a reabertura do complexo industrial conjunto de Kaesong. O encontro será neste domingo em Panmunjon, vila de trégua que fica na fronteira entre os dois países.
O evento havia sido acertado na última quinta, após confirmação dos contatos entre a presidente do Sul, Park Geun-hye, com o regime de Kim Jong-un. Pyongyang queria que o encontro fosse em Kaesong, mas prevaleceu a proposta sul-coreana.
O encontro será a primeira negociação após três meses de tensão na Península Coreana. A instabilidade foi provocada por ameaças de ataque do regime de Kim Jong-un contra os sul-coreanos e os Estados Unidos. O tom ríspido foi uma resposta a sanções aprovadas na ONU contra o país comunista por causa de um teste nuclear em fevereiro.
Na sexta-feira, foi religada a linha de comunicação da Cruz Vermelha, desligada em março. Outra linha, usada por militares, permanece desligada desde abril. O primeiro ponto a ser discutido será a volta das atividades no complexo industrial de Kaesong, fechado em abril após a retirada dos 53 mil operários norte-coreanos que atuavam na região.
Inaugurada em 2004, a área industrial tem fábricas de 120 empresas sul-coreanas e rende cerca de US$ 480 milhões (R$ 1,01 bilhão) por ano aos norte-coreanos, uma das poucas fontes de recursos para o regime de Kim Jong-un.
Reunião ministerial
A Coreia do Sul também propôs a realização de outra reunião, desta vez em nível ministerial, na próxima quinta-feira, em Seul, para discutir outras questões. Dentre elas, a retomada da cooperação comercial e a volta das visitas das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953), interrompidas em 2010.
A proposta de Pyongyang e a resposta de Seul abrem o caminho para a retomada do diálogo entre as Coreias. As últimas discussões de trabalho aconteceram em fevereiro de 2011 e a última reunião interministerial em 2007.