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Alemães usam máscaras para se proteger contra o coronavírus| Foto: Tobias Schwarz /AFP

Mais pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) globalmente do que na China. O número de casos fora das fronteiras chinesas já passa de 88 mil, enquanto o país registra até esta segunda-feira (16) 81 mil, segundo levantamento da Universidade John Hopkins. O número de mortos segue o mesmo comportamento: 3.296 mortes ao redor do mundo e 3.217 na China, o que leva o total de vítimas a 6.513.

O gráfico elaborado pela universidade com base nesses dados (veja abaixo) mostra o aumento repentino da Covid-19 em outros países além da China a partir do início de março - e é possível ver um crescimento mais rápido dos números globais (linha amarela) do que na China continental (linha laranja). A linha verde mostra a trajetória do total de recuperações.

Gráfico da Universidade John Hopkins mostra evolução dos casos de coronavírus na China continental (laranja), em outros lugares (amarelo) e o ttoal de recuperações (verde)
Gráfico da Universidade John Hopkins mostra evolução dos casos de coronavírus na China continental (laranja), em outros lugares (amarelo) e o ttoal de recuperações (verde)

Nesta segunda-feira, a China registrou 16 novos casos de coronavírus, segundo a Comissão Nacional de Saúde do país. Desse total, quatro foram registradas em Wuhan, capital da província de Hubei e onde a epidemia teve origem, e 12 são casos importados. Até o momento, segundo o jornal China Daily, 123 casos registrados no país são de pacientes que vieram infectados de outros lugares do mundo. Em relação às mortes, 14 foram confirmadas nesta segunda, todas em Hubei. Por outro lado, 838 pacientes receberam alta dos hospitais e 194 deixaram de ser casos severos.

Baque para a economia chinesa

A estabilização da doença na China é um bom sinal e o governo chinês já começou a afrouxar algumas das medidas restritivas que adotou no auge da epidemia do país: algumas cidades estão saindo dos bloqueios e empresas estão, aos poucos, sendo autorizadas a reabrir as portas. Nesta segunda-feira, porém, o mundo ficou sabendo do tamanho do tombo econômico que o coronavírus causou na China.

O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China informou que a produção industrial recuou 13,5% no primeiro bimestre de 2020, ante igual período de 2019 - analistas ouvidos pelo Wall Street Journal esperavam 3% de queda. As vendas no varejo cederam 20,5%, quando era esperado uma baixa de 5%. Os investimentos em ativos fixos mergulharam 24,5%, ante projeção de queda de 1%. E o desemprego urbano subiu de 5,2% em dezembro para 5,7% no fim de fevereiro.

Diante dos dados, a China anunciou que vai implementar mais políticas para compensar os efeitos da pandemia do novo coronavírus. "O baque à economia é de curto prazo e controlável", afirmou Mao Shengyong, porta-voz do NBS, nesta segunda-feira. O escritório prevê que a partir de março o desempenho econômico da China começaria a melhorar e acelerar a partir do segundo semestre.

Europa

Os casos de coronavírus fora da China estão concentrados na Europa, onde mais de 100 milhões de pessoas são afetadas por bloqueios de mobilidade e fechamento de estabelecimentos comerciais e educacionais. A Itália é o país mais atingido, com 24.747 pacientes infectados e 1.809 mortes, segundo a Universidade John Hopkins. As autoridades de saúde no país anunciaram 368 mortes apenas no domingo, o maior aumento de mortes por Covid-19 em apenas 24 horas.

Os italianos foram os primeiros a adotarem medidas restritivas severas para conter a propagação do coronavírus, como o fechamento de cidades inteiras. As medidas foram imitadas pela Espanha, que já registra 7.844 casos e 292 mortes. Nas ruas de cidades como Madri, por exemplo, as pessoas podem sair na rua apenas para ir ao mercado, farmácia e ao trabalho.

Na França, o primeiro-ministro Édouard Philippe determinou que estabelecimentos públicos considerados não essenciais fechem a partir da meia noite deste sábado (14). Restaurantes, bares, cafés, cinemas, boates e lojas estão incluídos. Os serviços considerados fundamentais, como supermercados e farmácias, estão autorizados a continuar funcionando.

O surto de coronavírus na França é "muito preocupante" e "deteriorando-se muito rapidamente", disse o chefe do serviço de saúde do país, Jerome Salomon, na segunda-feira de manhã. Ele acrescentou que o número de pacientes gravemente enfermos e aqueles que necessitam de cuidados intensivos "chega a centenas". A França já registra mais de 5.000 casos e 127 mortes.

A Alemanha, por sua vez, decidiu fechar suas fronteiras com a França, Suíça, Áustria, Dinamarca e Luxemburgo. Pessoas que trabalham nesses países e moram na Alemanha, ou que trabalham na Alemanha e vivem nesses países, poderão passar. Produtos também continuarão fluindo pela frnteira. Polônia, República Tcheca e Dinamarca, que fazem fronteira com a Alemanha, já fecharam suas fronteiras ou introduziram severas restrições. Na Alemanha, mais de 4.500 casos de Covid-19 foram confirmados e nove pessoas morreram.

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