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Trabalhadores da Associação de Controle de Pragas da Coreia usam equipamento de proteção, desinfetante em spray para ajudar a impedir a disseminação do novo coronavírus COVID-19 em um mercado em Seul| Foto: Jung Yeon-je / AFP

Pela primeira vez, o número de novos casos do coronavírus registrados na Coreia do Sul foi maior do que o relatado na China. Foram 505 casos confirmados na Coreia do Sul e 433 na China continental nesta quinta-feira (27).

A Coreia do Sul é o segundo país com mais pessoas infectadas pelo novo coronavírus, com um total de 1.776 casos. O dado apresentado pelo governo nesta quinta-feira é o número mais alto de diagnósticos positivos confirmados em um único dia no país - a maioria foi registrada na cidade de Daegu, centro do surto do coronavírus na Coreia do Sul. O número de mortes também subiu, de 12 para 13.

Segundo o jornal South China Morning Post, as forças armadas da Coreia do Sul informaram que pelo menos 25 militares foram diagnosticados com Covid-19, doença causada pelo novo vírus, e vários soldados estão confinados em suas bases. Exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos foram adiados. Os militares americanos também confirmaram que um soldado que serve na Coreia do Sul foi infectado.

A China informou que dos 433 novos casos registrados nesta quinta, 409 foram reportados na província de Hubei, epicentro da epidemia de coronavírus. Até agora, 78.497 chineses foram infectados, 2.744 morreram e 32.794 se recuperaram da doença.

50 países e territórios afetados

Nos últimos dias, os novos casos registrados fora da China superaram os números relatados dentro do país onde a epidemia começou. A Itália é o terceiro país com maior número de casos - 453 confirmados, 12 mortes e 3 recuperações. Há uma grande preocupação quanto à propagação do coronavírus pelo mundo a partir da Itália. O primeiro caso registado no Brasil, por exemplo, tem relação com o surto que está acontecendo no país europeu.

A Dinamarca também confirmou seu primeiro diagnostico positivo para coronavírus nesta quinta-feira. Segundo noticiou a CNN, citando autoridades locais, o caso também está relacionado à Itália. Um dinamarquês apresentou sintomas de tosse e febre depois de ter voltado da região da Lombardia, norte da Itália, onde há uma concentração de casos de coronavírus. Áustria, Croácia e Suíça também informaram seus primeiros casos de coronavírus, todos ligados ao surto na Itália.

Na última semana, 20 novos países confirmaram seus primeiros casos de Covid-19: Líbano, Omã, Israel, Afeganistão, Grécia, Dinamarca, Áustria, Estônia, Romênia, Macedônia do Norte, Geórgia, Paquistão, Noruega, Espanha, Brasil, Argélia, Suíça, Croácia, Bahrain e Kuwait.

No total, 50 países e territórios registraram infecções por coronavírus, em todos os continentes, com exceção da Antártida. Veja a lista e o mapa abaixo.

Risco de reinfecção

No Japão, uma mulher de cerca de 40 anos foi diagnosticada com coronavírus pela segunda vez. No fim de janeiro ela havia testado positivo para o Covid-19 e passou por tratamento em um hospital. Curada, ela teve alta em 1º de fevereiro, segundo a rede NHK News. Porém, no dia 19, ela sentiu dores de garganta e peitoral e após várias consultas com o médico, a infecção por coronavírus foi confirmada novamente e ela foi hospitalizada.

As autoridades não sabem se o vírus permaneceu em seu organismo e se multiplicou, ou se ela foi infectada novamente. Um especialista em doenças infeciosas da Universidade de Osaka disse à NHK News que pessoas que são infectadas desenvolvem anticorpos, "mas se não tiverem anticorpos suficientes, podem estar sujeitas a novas infecções ou contaminação pelo vírus que tenha permanecido sem ser detectado no corpo e se multiplicado".

Por causa do coronavírus, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, ordenou nesta quinta-feira que todas as escolas de ensino fundamental fiquem fechadas até o fim de março. O número de casos no país já chega a quase 200 e mais de 700 foram registrados dentro do cruzeiro Diamond Princess, que está ancorado no litoral do país, em Yokohama.

Primeira transmissão dentro dos EUA

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Estados Unidos alertou sobre uma possível primeira transmissão do coronavírus dentro dos Estados Unidos. Uma pessoa que mora na Califórnia que não foi exposta a ninguém infectado e não viajou para países onde o coronavírus está circulando testou positivo para a doença.

"Neste ponto, a exposição do paciente é desconhecida", disse o centro em um comunicado. "O caso foi detectado pelo sistema de saúde pública dos EUA e apurado por médicos especialistas".

Na noite desta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o risco trazido pelo coronavírus para seu país "permanece muito baixo". Em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump enfatizou que fará "o que for preciso", caso a doença se dissemine no país. Ele informou que solicitou ao Congresso US$ 2,5 bilhões para lidar com o problema, mas disse que ficará satisfeito com o que o Legislativo decidir sobre esse ponto.

Até esta quinta-feira, 60 americanos haviam sido contaminados pelo coronavírus, incluindo os 45 que estavam na China e foram repatriados.

Conteúdo editado por:Isabella Mayer de Moura
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