Em 13 de março de 2020, o presidente norte-americano Donald Trump declarou estado de emergência em resposta à pandemia de Covid-19. Na época, vários estados do país já haviam declarado medidas do gênero e até 16 de março todos os estados haviam declarado estado de emergência ou emergência de saúde pública.
Os estados norte-americanos vêm adotando diversas ações para mitigar a disseminação do vírus e aumentar o acesso a testes e tratamentos. As localidades mais atingidas pela pandemia tomaram precauções adicionais para retardar a propagação do vírus. As medidas de distanciamento social incluem pedidos de permanência obrigatória em casa, fechamento de empresas não essenciais, proibição de grandes reuniões, fechamento de escolas e imposição de limites quanto ao funcionamento de bares, restaurantes e outros locais públicos.
Para mapear tais ações e os reflexos delas nos números da pandemia no país, a Kaiser Family Foundation (KFF) lançou uma ferramenta de dados que fornece as informações mais recentes a nível estadual sobre medidas de distanciamento social e políticas de saúde para reduzir os entraves ao acesso a testes e tratamentos.
A ferramenta também conta com dados adicionais relacionados ao Covid-1, como número de testes e capacidade do sistema de saúde de cada estado dos EUA. Os dados são atualizados diariamente e novas informações serão adicionadas em resposta à evolução da pandemia do novo coronavírus.
A KFF destaca que a ferramenta pode ser um recurso útil para formuladores de políticas e para auxiliar profissionais de saúde e outros que estão monitorando a propagação da pandemia.
“As autoridades estaduais estão na linha de frente desta epidemia, e esses são fatores importantes que podem ter um papel na eficácia com que os estados respondem à situação”, disse o presidente e CEO da KFF, Drew Altman. “À medida em que a crise de saúde pública evolui, os estados precisarão aprender uns com os outros, e fatos credíveis serão de importância crucial”, acrescenta.
Políticas adotadas
A nível federal, em 18 de março de 2020 foi promulgado o Families First Coronavirus Response Act, legislação que prevê medidas do governo dos EUA para garantir o acesso aos testes de Covid-19. A legislação exige que o Medicare, o Medicaid, todos os planos de saúde coletivos e apólices de seguro de saúde individuais cubram testes e visitas médicas associadas ao diagnóstico do Covid-19 sem compartilhamento de custos. O texto também proíbe os planos de impor requisitos de autorização prévia a esses serviços durante o período de emergência declarado pelo governo federal. Além disso, a nova lei deu aos estados a opção de fornecer pelo Medicaid a cobertura do teste de Covid-19 para moradores que não tenham planos de saúde com financiamento federal de 100%.
Muitos estados também implementaram políticas para aumentar o acesso aos testes e tratamento da Covid-19, bem como o acompanhamento contínuo de pessoas com comorbidades. Algumas localidades indicaram que estão exigindo que as seguradoras cubram vacinação de Covid-19 sem compartilhamento de custos, quando a imunização estiver disponível. Outros estão exigindo que as operadoras de seguros certificadas pelo estado renunciem ao compartilhamento de custos dos pacientes para o tratamento de coronavírus, bem como tratamento para outras condições relacionadas, incluindo pneumonia e gripe.
Alguns estados também anunciaram ações como a extensão de períodos especiais de inscrição nos mercados de seguro de saúde, facilitando as recargas precoces de medicamentos controlados e flexibilizando os processos de autorização prévia e revisão do uso dos medicamentos. Além disso, vários deles responderam à pandemia expandindo o acesso a serviços de telemedicina.
Reabertura
Depois de terem estabelecido as medidas de distanciamento social por meses, os estados dos EUA começam a reverter várias delas, permitindo que algumas ou todas as empresas não essenciais sejam reabertas, revogando as ordens de permanência em casa, facilitando o funcionamento de restaurantes ou flexibilizando a proibição a eventos com grandes aglomerações.
Os efeitos dessas medidas ainda serão sentidos e refletidos nos mapas nos próximos dias, segundo a KFF. Os estados que já reabriram são: Dakota do Norte, Dakota do Sul, Kansas, Oklahoma, Iowa, Missouri e Wisconsin. De acordo com levantamento realizado pelo The New York Times, em quatro desses estados – Oklahoma, Missouri, Dakota do Norte e Dakota do Sul – tem sido verificado um crescimento de casos nos últimos 14 dias. Dessas sete localidades, apenas o Kansas registra redução no número de novos casos, enquanto no Iowa e em Wisconsin os gráficos mostram que casos diários per capita permanecem na mesma escala nas últimas duas semanas.
Dakota do Norte
Na Dakota do Norte, as autoridades de saúde dizem que o número de casos ativos de Covid-19 no estado é de 1.090. O dia 3 de agosto foi o nono dia consecutivo em que os casos ativos da doença permaneceram acima de mil na localidade. Até o momento, 105 pessoas morreram na Dakota do Norte em decorrência do coronavírus. A verdade é que o governador do estado, o republicano Doug Burgum, nunca emitiu uma medida obrigatória de isolamento domiciliar, e serviços de alimentação, comércio, igrejas, academias de ginástica e salões de beleza, entre outros, voltaram a funcionar ainda no início de maio.
De qualquer forma, o chefe do Executivo estadual anunciou, no fim de julho, a criação de uma força-tarefa para verificar o avanço da doença nas cidades de Burleigh e Morton, consideradas os novos epicentros do coronavírus na Dakota do Norte.
Dakota do Sul
A governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem (Partido Republicano), também não emitiu nenhuma ordem específica de isolamento social, tendo apenas pedido aos cidadãos que seguissem as recomendações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). Ela chegou a convidar empresários de estados onde bloqueios foram impostos a visitarem a Dakota do Sul e instalarem seus negócios por lá. Ainda em abril, a governadora afirmou que colocaria a tomada de decisão (sobre o isolamento social) “nas mãos do povo”.
Na segunda-feira (3), o número de casos confirmados da doença ultrapassou 9 mil no estado, sendo registrado um aumento de 65 casos entre domingo e ontem. Segundo as autoridades sanitárias, foram realizados 1.002 testes na segunda-feira, e a taxa positiva foi de 6,5%. O número de mortos na Dakota do Sul em decorrência da Covid-19 é, até o momento, de 135.
Kansas
A reabertura no estado começou em 4 de maio. Na ocasião, a governadora democrata Laura Kelly teve que enfrentar uma reação dos legisladores estaduais republicanos, que queriam que o processo ocorresse mais depressa. Kelly definiu que cada condado seria responsável por seus próprios critérios de reabertura. Em 3 de julho, porém, emitiu uma ordem sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos.
Entre 31 de julho e 3 de agosto, o Departamento de Saúde do estado anunciou 1.064 novos casos da doença e sete mortes causadas pelo novo coronavírus. O último levantamento mostra que o estado contabiliza 28,9 mil infectados e 365 mortos pela doença. 272,9 mil testes conduzidos pelas autoridades sanitárias estaduais e por laboratórios privados tiveram resultado negativo.
Oklahoma
Um plano de reabertura de negócios locais dividido em três fases foi implementado pelo governador Kevin Stitt, do Partido Republicano, em 24 de abril. A terceira e última fase entrou em vigor em junho, quando todas as restrições ligadas ao comércio e encontros pessoais foram dispensadas, desde que as pessoas “considerassem o distanciamento social”.
"Estamos tomando decisões responsáveis baseadas nos dados do nosso estado. Embora os casos continuem diminuindo 36 dias desde que demos início à nossa reabertura, é importante que os moradores de Oklahoma lembrem que a Covid-19 ainda está nos Estados Unidos e devemos continuar lavando nossas mãos com frequência, mantendo o distanciamento social e protegendo nossas populações mais vulneráveis", afirmou o governador em comunicado à época do início da terceira fase do plano de reabertura.
Foi em Oklahoma, na cidade de Tulsa, que ocorreu o comício do presidente Donald Trump de 20 de junho. Duas semanas após o evento, o número de casos da doença no estado ultrapassou os 200 registros diários. Até o momento, o estado registra 38,6 mil casos da doença e 551 mortes.
Iowa
Em março, a governadora republicana Kim Reynolds ordenou o fechamento de vários tipos de negócio, mas nenhuma medida sobre a necessidade de as pessoas permanecerem em casa foi emitida. As restrições em Iowa começaram a ser afrouxadas em maio e em junho o governo subiu o limite da capacidade, antes estipulado em 50%, das empresas do estado. Mesmo assim, Reynolds determinou que os estabelecimentos continuassem observando medidas a fim de reduzir a disseminação da doença, como o distanciamento social e a constante higienização das mãos.
45,9 mil pessoas contraíram a doença e outras 884 morreram no Iowa. No fim de semana, a Universidade do Iowa realizou 70 testes de Covid-19 entre seus atletas, com cinco casos positivos. A instituição afirma que a testagem faz parte do protocolo de retorno de suas atividades esportivas. Até o momento, 32 pessoas, incluindo atletas, treinadores e equipe em geral, testaram positivo para a doença. 571 testes tiveram resultado negativo.
Missouri
No Missouri, o governador Mike Parson (Partido Republicano) autorizou a reabertura das empresas em maio, devendo ser observados requisitos de distanciamento social. Em junho, porém, todas as restrições foram suspensas. No fim de julho, autoridades estaduais de saúde pediram "ações agressivas" visando a contenção à propagação da doença, vez que o número de casos tem crescido exponencialmente no estado. Não foi determinada a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos a nível estadual, embora certas cidades, como St. Louis e Kansas City, tenham emitido medidas próprias nesse sentido.
"Os cidadãos do Missouri podem proteger a si próprios, seus familiares e membros de suas comunidades usando máscaras em locais públicos ou quando estiverem em contato com indivíduos que representam risco", disse a Associação de Hospitais do Missouri em comunicado. 54 mil casos de Covid-19 foram confirmados no Missouri até então. 1,3 mil pessoas perderam a vida para a doença no estado.
Wisconsin
No dia 13 de maio, a Suprema Corte de Wisconsin derrubou a determinação do governador democrata Tony Evers quanto à necessidade de as pessoas permanecerem em casa, por mais que o político já tivesse anunciado planos de reabertura gradual. A decisão acabou por levantar todas as restrições que haviam sido impostas às empresas e comércio locais pelas autoridades estaduais.
Desde então, algumas cidades editaram suas próprias medidas de restrição de forma independente, e o governador impôs a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos fechados, regra que começou a valer no último sábado (1°). 59,5 mil casos de coronavírus foram confirmados em Wisconsin até esta terça-feira (4), sendo que 960 pessoas morreram por complicações da doença no estado.
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