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Venezuela

Corpo de Chávez é levado para museu em Caracas

O cortejo com o corpo de Chávez percorreu cerca de 20 quilômetros pelas ruas da capital da Venezuela, desde a academia do Exército até o museu militar, onde foi recepcionado por admiradores do ex-presidente | REUTERS/Tomas Bravo
O cortejo com o corpo de Chávez percorreu cerca de 20 quilômetros pelas ruas da capital da Venezuela, desde a academia do Exército até o museu militar, onde foi recepcionado por admiradores do ex-presidente (Foto: REUTERS/Tomas Bravo)

Milhares de venezuelanos acompanharam nesta sexta-feira (15), pelas ruas de Caracas, o cortejo fúnebre em homenagem ao ex-presidente Hugo Chávez, morto no dia 5 de março. Enquanto isso, a oposição liderada por Henrique Capriles protestou pelo que chama de uso político - para fins eleitorais - da morte do ex-presidente venezuelano.

O cortejo com o corpo de Chávez percorreu cerca de 20 quilômetros pelas ruas da capital da Venezuela, desde a academia do Exército até o museu militar, que fica em uma colina onde o ex-soldado Chávez lançou sua carreira política com um golpe frustrado em 1992.

Após o fim do cortejo, já no museu onde o corpo de Chávez ficará, o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que começou a campanha sem Chávez, mas prometeu retornar e visitar o falecido governante em um mês, quando ganhar as eleições presidenciais de 14 de abril.

"Aqui estamos neste ponto do caminho em que chegamos com o senhor à frente e, hoje, iniciamos a marcha sem o senhor presente, mas com o senhor à frente", afirmou Maduro no Quartel da Montanha.

"Hoje e para sempre, nosso comandante supremo, com seus ideais iluminados, com o seu exemplo. Hugo Chávez Frias estará sempre à frente das grandes causas da pátria venezuelana, da pátria latino-americana, da pátria caribenha", acrescentou.

Também afirmou: "Dentro de um mês exatamente juro que voltarei aqui com meus companheiros e companheiras, com seus filhos, no dia 15 de abril, segunda-feira, vamos amanhecer aqui, comandante, após a decisão do povo. Só peço a Deus que ilumine o nosso povo e nos dê força para cumprir suas ordens".

O presidente interino não deixou de fazer referências ao golpe frustrado de 1992, que acabou com a prisão de Chávez por dois anos, até que ele foi libertado pelo governante Rafael Caldeira (1916-2009) durante seu segundo mandato, entre 1994 e 1999.

Maduro afirmou que aquela tentativa de golpe de Estado foi "a rebelião militar popular mais importante da história da Venezuela" desde o dia 19 de abril de 1810, quando foi instalada a primeira junta de governo autônomo.

Também destacou o desapego de Chávez com o material, comparando o falecido presidente com Cristo e Simón Bolívar. "E nós temos que jurar o desapego absoluto aos bens materiais e à riqueza que apodrece a alma dos homens bons que esta pátria teve em sua história", exclamou Maduro.

O presidente interino se emocionou em seu discurso e pediu "força", "luz" e "bênção" para não falhar nesta vida. "Comandante vá em paz, aqui estamos seus filhos, suas filhas, vá em paz, missão cumprida comandante, amplamente cumprida", afirmou.

Chávez morreu no dia 5 de março aos 58 anos devido a um câncer contra o qual lutou por mais de 20 meses e pelo qual passou por quatro cirurgias, a última no dia 11 de dezembro em Cuba.

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