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Haia

Corpo de Milosevic será enterrado na Sérvia

Haia (Das agências) – O conselheiro jurídico do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, Zdenko Tomanovic, anunciou ontem que o corpo de Milosevic, morto sábado, será enterrado em seu país, a Sérvia, em data a ser determinada. O caixão com o corpo do ex-governante será levado hoje para Belgrado. Ontem, depois de liberado pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, o corpo seguiu para o necrotério do Aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, na Holanda.

O anúncio, que colocou um fim à indefinição sobre o local do funeral, foi feita quase que simultaneamente à confirmação dos preparativos da cerimônia fúnebre em Belgrado por parte de Milorad Vucelic, vice-presidente do Partido Socialista da Sérvia, ao qual pertencia Milosevic. De acordo com Vucelic, depois de discussões com a viúva e os filhos do ex-ditador, "a decisão foi alcançada para organizar um funeral digno" para o ex-ditador na capital sérvia.

Segurança

A família do ex-ditador havia expressado anteriormente o desejo de que o funeral fosse realizado em Belgrado, mas Marko Milosevic, filho do ex-líder iugoslavo, disse que enterraria o pai em Moscou se as autoridades sérvias não dessem "garantias de segurança" a sua mãe, Mira Markovic, procurada pela Justiça sérvia desde 2003 por corrupção.

Embora as autoridades judiciais sérvias tenham suspendido ontem a ordem de prisão contra Mira, ela terá o passaporte apreendido se pisar novamente em solo sérvio. De acordo com o tribunal de Belgrado, Mira "ficará em liberdade desde que responda às convocações do tribunal", onde deverá se apresentar em 23 de março. Perseguida por um caso de concessão ilegal de um apartamento a um membro de sua família, o nome de Mira também foi citado no caso do misterioso assassinato, em agosto de 2000, do ex-presidente Ivan Stambolic.

Milosevic morreu aos 64 anos em uma cela nas dependências do Tribunal Penal Internacional, onde estava sendo submetido a julgamento desde fevereiro de 2002 por 66 acusações de genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade na Croácia, Bósnia e Kosovo.

Assassinato

Marko Milosevic reafirmou em Haia acreditar que seu pai foi assassinado. Ele chegou à capital holandesa, procedente de Moscou, para retirar o corpo. Estava acompanhado de legistas russos "para realizar uma segunda" autópsia em Milosevic. Não ficou claro se receberam permissão para tanto do Tribunal Penal Internacional. O resultado da primeira, feita por legistas holandeses, concluiu por enfarte do miocárdio como causa.

Mas um toxicologista holandês, Donald Uges, disse ter encontrado no sangue de Milosevic amostras de um antibiótico que neutraliza o tratamento da hipertensão, da qual e ex-ditador sofria. Uges assegurou que Milosevic fez uso deliberado do medicamento. O ex-ditador deu outra versão. Em carta ao governo russo, disse estar sendo envenenado. "Os que eu combati em defesa de meu país querem me silenciar", escreveu ele.

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