A Marinha indonésia confirmou ter encontrado na manhã de ontem corpos e destroços do voo QZ8501,da AirAsia, que havia desaparecido no domingo.
O chefe das operações de busca da Indonésia, Bambang Soelistyo, disse que três corpos foram resgatados, e não 40 como previamente declarado por autoridades navais. Não houve explicação sobre a diferença dos números.
Em entrevista à emissora norte-americana CNN, Soelistyo confirmou que os corpos encontrados são de duas mulheres e um homem.
Os cadáveres, que estavam inchados, mas intactos, não estavam com coletes salva-vidas, afirmou Sigit Setiayanta, comandante do Centro de Aviação Naval da base da força aérea de Surabaia.
Pedaços do avião foram encontradas no estreito de Karimata, que separa as ilhas de Bornéu e Belitung, a mais de 100 quilômetros da última posição registrada pelos radares.
A confirmação foi feita horas depois de as autoridades divulgarem que um pescador tinha encontrado vários objetos no Mar de Java. Helicópteros e navios foram enviados ao local para recuperá-los e determinar sua procedência.
"Avistamos cerca de dez objetos grandes e outros muito menores, de cor branca, que não pudemos fotografar", indicou o oficial Agus Dwi Putranto, membro da Força Aérea da Indonésia.
Ainda não há informações sobre eventuais sobreviventes.
Imagens de um corpo flutuando no mar foram transmitidas pela televisão, fazendo parentes de passageiros reunidos em um centro de crise em Surabaia chorarem levando as mãos à cabeça. Algumas pessoas desmaiaram e foram socorridas.
Estavam a bordo 155 passageiros e outros sete integrantes da tripulação. Entre eles havia 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês (copiloto), um malasiano e um cingapuriano.
A Indonésia coordena as operações de busca e resgate, com a ajuda da Austrália, Cingapura, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Malásia, Nova Zelândia e Tailândia.
"Vocês têm de ser fortes", disse a prefeita de Surabaia, Tri Rismaharini, ao confortar familiares das vítimas. "Eles não são nossos, eles pertencem a Deus."
O presidente da AirAsia, Tony Fernades, que está na Indonésia desde o desaparecimento da aeronave, disse que retornará a Surabaia. "O que quer que pudermos fazer na AirAsia, faremos", disse no Twitter.
Acidente
O voo saiu de Surabaia, na Indonésia, com destino a Cingapura, onde pousaria duas horas depois, segundo a previsão da companhia.
Devido a uma tempestade, os pilotos solicitaram um desvio de 11,7 quilômetros para a esquerda e subir de 9.753 metros para 11.582 metros. A manobra foi negada. O governo indonésio informou que havia uma outra aeronave na altitude solicitada.
Minutos depois, os controladores autorizaram a elevação para 10.363 metros, mas não conseguiram mais contato com o avião, que sumiu do radar.
O piloto era indonésio e tinha 6,1 mil horas de voo; o copiloto, 2.275.
Segundo a AirAsia, a aeronave passou por sua última manutenção em novembro.