O governo equatoriano quer pôr um ponto final no conflito com a imprensa e, para isso, busca uma saída para o processo por injúria que abriu contra o jornal La Hora, informou nesta quinta-feira à AFP o ministro do Interior, Gustavo Larrea.

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Segundo Larrea, o governo "está aberto" a uma alternativa, esperando a mesma atitude por parte do presidente do jornal, Francisco Vivanco.

Organismos locais e internacionais de imprensa criticaram Correa pela ação contra La Hora, em seguida a um editorial que o acusou de "governar com tumultos, paus e pedras".

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Rafael Correa havia advertido sábado que continuaria denunciando "as mentiras e mediocridade" da imprensa, sob risco até mesmo de deixar o poder, em um acalorado debate no qual perdeu a calma e determinou a expulsão de um jornalista da sala onde estava.

"Senhores da imprensa, não tenho medo de vocês. Não me interesa o que diga em Miami a SIP, pelo contrário, quanto mais pressão, mais firmes estaremos em nossa posição", afirmou Correa em seu programa semanal de rádio, na presença de vários jornalistas convidados.

Conhecido por seu temperamento, o presidente advertiu que continuará a disputa com os meios de comunicação a cada mentira.

"Aqui se diz que não se deve meter com a imprensa, sim eu vou me meter, e vou dizer quando mentirem que são mentirosos. E se para isso tiver que ir para casa, vou", afirmou o presidente, que assumiu o governo no dia 15 de janeiro com uma popularidade recorde de 76% de opiniões favoráveis.

Correa se defendeu das críticas de organismos locais e internacionais de imprensa pela suposta intenção de controlar a liberdade de expressão.

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"Não vim para esquentar o lugar, e sim para cumprir o mandato do povo equatoriano que é mudar este país (...) E a imprensa tem que mudar, porque tem uma grande dose de mediocridade, de corrupção e interesses criados", afirmou.

Garantiu, no entanto, que respeitará a liberdade de expressão e negou que o processo que poderia levar à prisão o diretor do La Hora seja um início de uma caça às bruxas.

"Quando se ameaçou a imprensa, os jornalistas? Há total liberdade de expressão", declarou o presidente em seu programa semanal de rádio, acrescentando que seu governo, ao mesmo tempo que resguarda esse direito, exige responsabilidade. "A liberdade implica responsabilidade, mas aqui não há liberdade, há libertinagem. Ninguém está numa caça às bruxas", ressaltou.